por Aleluia, Hildeberto
O site de vídeos You Tube, do Google, é uma das poucas atividades fins do gigante Google Inc. Isso significa que ele nunca vai à ponta, está sempre em atividades nos meios onde a criação por si só o mantém na ponta. Veja sua atividade principal, o serviço de busca: ali ele nada produz mas é o setor mais rentável do grupo. Mas tem, também, o You Tube pelo qual pagou 1,65 bilhões de dólares nos idos de 2006, na esperança de que esse canal de vídeo logo se transformaria no maior negócio do grupo. Ainda não chegou lá em 2015. Esta é atividade fim.
Em 2014 o YouTube registrou receita de 4 bilhões de dólares, um bilhão a mais que no ano de 2013 segundo informações publicadas pelo The Wall Street Journal em fevereiro de 2015, em matéria assinada pelo repórter Rolfe Winkler. Isso representou apenas seis por cento das vendas totais do Google e nenhum lucro nesse braço. Algo chama a atenção nesses números: como um negócio que fatura 4 bilhões de dólares por ano (equivale ao faturamento das Tvs no Brasil) e não produz um tostão de lucro? Dizem eles que estão no ponto de equilíbrio.
O YouTube é a principal atividade fim do Google e ainda é um canal, preferencialmente, de pré-adolescentes e adolescentes. O resto, quem acessa, o faz por outros sites através de links e reprodutores de vídeos embutidos em outros websites. Ele não é ainda um site preferencial para ser visitado ou buscado todos os dias. Todos os esforços do grupo estão concentrados em como encontrar esse caminho, como a TV. Inovações não lhe faltam.
Na mesma matéria do repórter Rolfe Winkler, reproduzida no Brasil pelo jornal Valor Económico de 26/02/2015 à página B9 do Caderno de Empresas, o diretor de negócios e operações de conteúdo do YouTube diz que os vídeos on-line estão prestes a ganhar impulso semelhante ao vivido pela TV cabo há 30 anos. Por essa época foi quando as pessoas começaram a abandonar a TV aberta. Diz ele que é mais sensato o You Tube investir em “criadores nativos da internet em vez de em programas tradicionais de TV”. Olha eles aí indo para atividade fim.
Diz ainda que o faturamento cresceu em função da tecnologia de pular os anúncios indesejáveis e que é algo que agrada muito. Mas o anunciante só paga quando o anuncio é visto, inteiro, pelo usuário. Vídeos de música são os mais populares e mais compartilhados e a estrela do canal é Felix Kjellberg com uma serie chamada “PewDiePie” com 35 milhões de assinantes para assistirem suas criações. Esse eu nunca ouvi falar.
A concorrência não dorme: o Facebook em 2014 amealhou 12 bilhões de dólares em faturamento e 3 bilhões de dólares em lucro com seus 1,3 bilhões de usuários, com publicidade. Não dá para comparar os negócios em si, o You Tube é apenas um dos muitos braços do Google, mas nesse mundo o que importa é o lucro. Em compensação o grupo Google já amealha, no mundo, mais publicidade que a TV.
Aleluia, Hildeberto é jornalista
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