por Max Klim
Em meio às intermináveis discussões sobre o início da Era de Aquário que temos por presente desde a chegada de Neil Armstrong ao solo lunar em 20 de julho de 1969 um pequeno mas significativo fato tem passado despercebido: o festival de Woodstock na pequena Bethel, no Estado de Nova York, nos Estados Unidos entre 15 e 18 de agosto de 1969, menos de um mês após a primeira aventura do ser humano fora de seu planeta.
Woodstock foi anunciado inicialmente para ser “Uma exposição Aquariana: 3 dias de Paz e Música” numa evocação daquilo que seria o maior legado da chamada “geração hippie” para a cultura mundial. Naqueles 3 dias em meio aos sons de liberdade e o contato com a natureza, os jovens americanos mostraram bem a profunda mudança do sentido da vida do pisciano “ter” para o aquariano “ser”.
Nos dois milênios anteriores, o ser humano experimentou na sua evolução histórica a valorização da propriedade como forma de afirmação sobre o meio em que vive, a acumulação de riqueza para o exercício do poder e as crenças servindo a propósitos materiais mais que a elevação do espírito.
Por conquistas e poder o ser humano transformou a palavra de Deus em arma de destruição de povos e civilizações e fez do ganho a qualquer custo a meta de existência da espécie. Surgiram moedas e criou-se o comércio com o abandono do escambo para a sobrevivência. O ganho passou a ser nesses 2.160 anos da Era de Peixes razão da própria evolução da espécie.
O juro, a usura, a propriedade e o acúmulo foram as divisas que moveram o homem nessa caminhada. Mas, como em tudo na história do Sapiens, o modelo se exauriu e chegamos em meados do século XX ao limite máximo da Era de Peixes com o esgotamento de seus princípios e valores.
A contestação dos jovens em Woodstock nos deixou um legado significativo quando muitos deixaram de crer no valor da pessoa pelo que possui e a possibilidade de nos avaliarmos pelo que somos se fez mais comum no dia a dia de nossa espécie, antecipando assim as mudanças inevitáveis que a nova Era nos legava já com seus primeiros momentos.
A crise do fim da Era de Peixes se alonga nesses vagidos eloquentes de nascimento da Era de Aquário. O capitalismo começa a dar sinais de estar próximo do fim com a especulação desenfreada em meio a crise sem fim na qual lucram poucos e perdem muitos ou quase todos. A antítese do capitalismo – o comunismo – também marcha em ritmo batifo para seu desaparecimento trazendo à tona a equação hegeliana de tese, antítese e síntese.
Da tese – o capitalismo nascido com a revolução industrial – veio a antítese na ascensão dos bolchevistas na Rússia em 1917. Do choque entre as duas teorias econômicas que hoje nos legam as crises do sistema financeiro internacional na Europa e na América do Norte, se projeta a busca por uma nova saída que seria a síntese dos princípios econômicos que deverão reger a Era de Aquário.
Por isso, hoje, passados pouco mais de quarenta anos do Festival de Woodstock a proposta da festa de paz e música daqueles dias de contestação e irreverência se fazem ainda mais presente quando todos buscamos o fim da ganância e do exagero em nome do deus mercado e da deusa moeda.
É chegado o tempo de paz e equilíbrio que nos promete a nova Era na história da humanidade.
Quem viver, a verá!