por Lu Catoira
Rio Ethical Fashion – dia 7 de junho
Moda e sustentabilidade é um assunto tão importante que roupas sustentáveis são consideradas o novo luxo.
“O mundo fashion está vivendo um esgotamento do modelo de superprodução e consumo”, afirma Yamê Reis, idealizadora do evento Rio Ethical Fashion (RET) e coordenadora do curso de Design de Moda no Instituto Europeu de Design (IED), no Rio de Janeiro.
Na semana do Meio Ambiente, o Rio de Janeiro vai se transformar em uma verdadeira vitrine para a moda sustentável produzida no Brasil e no mundo. O RET, primeiro fórum internacional de moda sustentável, reunirá, no dia 7 de junho, no Teatro Oi Casa Grande, dez painéis que apresentam cases de sucesso e colocam em pauta temas como os Desafios da sustentabilidade no Brasil, Conexões sustentáveis na indústria da moda, Objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU, Ética e o novo luxo, Diversidade e igualdade de gênero na moda, Design e economia circular, Novos modelos de criação, produção e consumo, Como as marcas de luxo podem criar impacto social. Informações: www.rioethicalfashion.com
Vitrine na Livraria da Travessa com criação dos alunos de moda do IED/RJ
O tema é tão importante que já foi discutido no último Seminário Internacional de Direito da Moda: Moda e Sustentabilidade, no ano de 2018, idealizado pela Comissão de Direito da Moda da OAB-RJ, presidido por Deborah Portilho. O seminário analisou reações e soluções para normatizar e colocar em prática a sustentabilidade e o consumo consciente para usar a indústria de moda positivamente – com normas, leis de propriedade intelectual, desafios humanos e desafios ambientais.
Uma pesquisa mostra que, só nos Estados Unidos, milhões de toneladas de roupas são descartadas anualmente, sendo que 1,6 milhão de toneladas (quase 13% do total) poderiam ser reutilizadas. Entre os questionamentos de muitos consumidores está a destinação do produto de moda após o final do ciclo de vida. Isso sem levar em conta o uso consciente e racional de matérias primas no processo produtivo. Assim, a preocupação ambiental pode se tornar uma das oportunidades na indústria da moda.
Discussões e plataformas estão em busca de uma nova forma de consumo:
- Upcycling – É impacto ambiental do descarte de peças de roupas que podem ser reutilizadas de uma nova forma. Nesse processo, o produto descartável, através do design, volta para o mercado com valor agregado e muitas vezes como produto personalizado e valorizado por técnicas manuais. O design, então, se torna a ferramenta de ressignificação do descarte da indústria têxtil.
- Ecotece – É um Instituto do Terceiro Setor que atua desde 2005 na promoção da cultura de sustentabilidade na moda. Trabalha com gestão de projetos em moda sustentável e apoio à preservação de culturas tradicionais, tem como missão modificar as lógicas de produção e consumo, para que a moda possa se tornar mais ética, limpa e inclusiva. Pode ser contatada no endereço eletrônico ecotece.org.br.
- Ecoera – Criado por Chiara Gadaleta, especialista em sustentabilidade e consumo consciente, o Movimento Ecoera, tem como meta reunir empresas, consumidores, instituições e governo para discutir as mudanças que precisam ser feitas no consumo e na produção de moda, a fim de chegar a um modelo mais sustentável. www.portalecoera.org.br; Instagram:@portalecoera
- Plataforma/evento Fashion Revolution – que se concentra em destacar os trabalhadores da cadeia de fornecimento da moda. Centenas de milhares de pessoas usam a hashtag #QuemFezMinhasRoupas ao redor do mundo para pedir maior transparência da indústria. As marcas compartilham detalhes sobre as instalações e pessoas que fazem suas roupas. https://www.fashionrevolution.org/
Que nesta semana do Meio Ambiente, o novo consumo de moda seja uma nova forma de consciência de vida !