por Daniele Barbosa
Começo de um novo ano. Final de um ciclo. Sempre me sinto impactada pelas datas, sobretudo as do fim e início de ano. O momento do advento, Natal e Ano Novo sempre me solicitam reflexão. Um novo ciclo se inicia e em meu coração o Dia de Reis marca de fato o recomeço. Pensei em muitos temas para trazer nesse momento. Dicas práticas, alimentação para digerir e eliminar toxinas oriundas dos excessos das festas, meditações, respirações, práticas de yoga, mas pulsa em mim o desejo de falar sobre saúde.
Seria óbvio falar sobre saúde em uma coluna sobre bem-estar. Seria. Porque pensar o que é viver em estado de saúde de maneira profunda foge completamente de receitas pré-definidas. Na verdade, estar saudável tem muito mais a ver com uma sensação de harmonia entre corpo e mente, que para cada indivíduo se alcança de maneira única. Infelizmente (ou não), não tem uma receita.
Cada ser humano, mesmo que sejam seres vindos do mesmo útero, possui registros e sensações únicas, construídas desde as percepções rudimentares da vida intrauterina às experiências mais elaboradas e decisivas do primeiro setênio. Cada um de nós possui uma forma especial de guardar nossa memória genética ancestral e senti-la na tarefa de transmuta-la, cumprindo assim o papel de libertar as gerações futuras, abrindo espaço para a caminhada rumo a novas descobertas.
Dessa forma entendemos que estar saudável é, no mínimo, estar forte para sentir toda dor e esplendor que é a experiência humana na terra. Fortalecer o corpo com alimentos frescos e naturais, harmonizar mente e espírito com o contato com a natureza, leituras edificantes, artes e relações saudáveis auxiliam. Mas isso não é o bastante.
Eu penso que cada espírito em estado transitório na matéria possui uma caminhada individual na escada da evolução. Degrau por degrau, subimos, caminhamos e é nesse caminhar que vamos construindo a nossa própria receita que nos coloca na posição de ser humano saudável.
Hoje sinto que podemos avançar nos sacrifícios. Há outros muitos caminhos que não são por meio da privação. Pelo contrário, saúde é abundância. É sentir em equilíbrio, mas na nossa máxima potência. Sentir consciente. Amar, chorar, sorrir, comer, jejuar. É um eterno expandir e contrair na busca de se manter equilibrado.
Meus votos para esse ano que se inicia são de que todos nós estejamos cada vez mais aptos a vivenciar esse estado de saúde, que além do corpo, busca curar nossa alma.