por Rogeria Gomes
O amor é sempre bem vindo. Não importa de que forma é retratado, se na música, na literatura, na dramaturgia, nas artes plásticas, é o elo da humanidade. Marc Chagall, pintor russo, naturalizado francês, teve uma vida com muitas mudanças regionais e estruturais, conheceu diversos estilos artísticos de vanguarda como cubismo, surrealismo e deteve um pouco de cada. Seu reconhecimento é vasto com referencia mundial e características singulares; sempre reservando um estilo próprio e uma dedicação que enaltece o amor e a esperança.
Na exposição, ‘Sonho de Amor’ que acontece no CCBB do RJ, é possível apreciar as várias técnicas utilizadas pelo artista, abrangendo várias etapas de sua vida, desde a infância, o amor e as mudanças que enfrentou. Destaca-se a seção ‘Mundo Sagrado’, em que o artista se debruça sobre a bíblia, que considerava um livro poético, além de remetê-lo ao êxodo que livro sagrado aponta, fazendo uma correlação com sua própria vida, quando foi exilado para os Estados Unidos por conta da invasão nazista na França. Segundo Chagall “a Bíblia me fascinou desde a infância. Sempre me parecia melhor fonte de poesia de todos os tempos. Desde então, tenho buscado esse reflexo na vida e na arte”.
Sua infância, a escrita, e o amor também compõem a exposição, sendo o amor um elemento chave em tudo que sua obra expressa. Em tempos cruéis, difíceis e complexos ‘Sonho de Amor’ passa a ter um sentido ainda maior resignificando nossa humanidade e nos despertando a sentimentos que realmente valem a pena serem cultivados. Como afirma Louise Bugerois, ‘a arte é uma garantia para a sanidade”. Chagall confirma.
A exposição cumpre temporada no Rio de Janeiro até 06 de junho e seguirá para Belo Horizonte, Brasília e São Paulo.