por Paulo Roberto Direito
Não se pode deixar de considerar seriamente a presença do Estado nos dias que correm. Existe um forte sentimento na sociedade brasileira de que o Estado está perdendo substância moral, tornando-se progressivamente ineficaz. Os indivíduos perderam rapidamente oxigênio próprio, invadidos no sacrário de sua privacidade, e já hoje respiram o ar rarefeito do Estado poluído. Os grupos empresariais, sentem-se constrangidos a uma vassalagem infecunda para a sua destinação. E a sociedade civil, é apenas um arremedo de sua verdadeira força moral, adormecida que está pelo massacre a que é submetida pelo desproporcional aumento dos poderes estatais. A crise fica mais dramática porque o gigantismo do Estado e a corrupção instalada no atual governo, provoca uma redução sensível na capacidade para absorver toda a clientela. Esta clientela passa a ser selecionada. São poucos, pois, os beneficiários, deixando a descoberto segmentos ampliados da sociedade. Cai por terra o primado da justiça.
O que verificamos nesses 12 anos de governo do PT, foi a implantação de uma rede de corrupção jamais vista nesse país. Os indicadores econômicos apresentam números pífios que demonstram incompetência na gestão dos destinos do país. Os resultados estão aí para não haver dúvidas. Desemprego em massa, inflação em ritmo ascendente e descontrolado. Segurança pública sem nenhuma ação concreta. Movimentos e grupos sociais radicais, assustando toda a população com badernas e levando o caos a todo o país. Ministros advogando em favor de empresários corruptos. Contas externas com déficits recordes. Descrédito na comunidade internacional, com interlocutores risíveis, levando o Brasil a uma situação vexatória. Ausência de investimento na infraestrutura econômica. Educação e saúde públicas, em frangalhos. As universidades federais foram sucateadas e deixaram de cumprir com o seu papel histórico de centro cultural e de possibilitar condições concretas do desenvolvimento da capacidade crítica de seus membros.
A maior empresa do país, a Petrobras, sucateada e usada como canal, para desvio do dinheiro público nas campanhas do PT e de seus apadrinhados. Programas assistencialistas e populistas, incapazes de retirar as pessoas dos seus grotões de pobreza, e utilizados tão somente, com fins eleitoreiros. O que constatamos, é o ocaso desse partido que veio para se locupletar e enganar toda a população que acreditou no discurso da ética e da moral. Mediocrização, em detrimento da meritocracia. Socialização da pobreza em vez de geração de riqueza. É o lema do PT. Rompido o padrão de vida da classe urbana, proletarizado o profissional liberal, o funcionário público, o pensionista, o aposentado, as alternativas para a manutenção do sistema acobertado por esse governo, começam a ficar mínimas. A terrificante conseqüência desse patamar é a indisciplina social, a desobediência às regras mais elementares de convivência, a exaltação dos ânimos, a violência gratuita e por conseguinte, o esfacelamento da ordem e da impunidade generalizada. Diante desse quadro a sociedade sente necessidade de buscar novos caminhos. Quer não a mera liderança demagógica e e sem conteúdo, mas sim, a liderança moral. Dessa forma, fica insustentável a continuidade desse atual modelo implantado pelo PT. E para isso, o único caminho é procurar novos aliados, substituindo-se a crença no poder ilimitado do gabinete e do tecnocrata, pela crença na participação de novos atores no campo político, com experiência comprovada. É hora de redistribuir sacrifícios e responsabilidades, criar motivações, e restaurar o sentido de obra, de comunidade, de destino, sem o que nenhum poder se legitima. Se o momento é de emergência, não o é de desânimo. Diferente da imagem de Corneille, o combate não cessa por falta de combatentes. E são muitos, felizmente, os que estão dispostos a realizar a missão cívica.
Não há mais tempo!!
Mudanças Já!!!
Paulo Roberto Direito – Diretor da Radice Produções Culturais e Membro do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ