por Rogeria Gomes
Um Brasil de muitos Brasis é a idéia central do musical ‘Rio mais Brasil, o nosso musical’, ou seja, apresentar ao público um Brasil eclético, diverso e plural. A encenação é baseada livremente no clássico livro de Darcy Ribeiro ‘ O Povo Brasileiro’. Traz à cena uma trupe que deseja montar um longa-metragem mostrando o Brasil e suas nuances, uma superprodução. A realidade se encontra com a ficção pelo fato ter acontecido na própria produção do musical, que seria montado em 2016, porém teve o cancelamento de um patrocínio quando estava iniciando os ensaios, já com todo o elenco escolhido. O produtor recebe uma verba para a realização, abre o processo para escolha de elenco e durante esse processo se vê em várias situações complicadas, inclusive o desafio de ter que a cada etapa conviver com um valor reduzido. A partir daí a equipe encontra meios de superação, o que estimula a permanência do produtor.
O elenco é numeroso, apresenta muitos atores novos, são 20 atores-multi-instrumentistas, a maioria com grandes qualidades vocais e alguns desníveis na dramaturgia. A trama é boa e ganha na proposta de arriscar novos arranjos para canções conhecidas e perde na desigualdade dos atores, e o texto de Renata Mizrahi tenta manter-se interessante apoiado nas canções. O núcleo principal conta com Cláudio Lins vivendo o diretor, Cris Vianna, a cineasta, Danilo Mesquita e Danilo Moura, em papéis auxiliares ajudando à narrativa. Destaca-se a atuação de Cláudio Lins que segura muito bem seu personagem do início ao fim, com competência. Conduz a trama com habilidade o que conta muito a favor do espetáculo, além dos dois atores auxiliares que têm atuação adequada. A direção fica a cargo de Ulisses Cruz, que procura extrair o melhor do elenco; figurino e iluminação cumprem bem o papel de ajudar a desenvolver o enredo.
A iniciativa de se apresentar um espetáculo que resgata valores e a diversidade da cultura brasileira é pertinente, sobretudo em tempos tão sombrios. A temporada no Rio de Janeiro esta em cartaz no Oi Casa Grande. E segue em temporada por mais sete capitais: Belo Horizonte, Campinas, Brasília, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba e São Paulo.
*Oi Casa Grande: Rua Afrânio de Melo Franco, 290-Leblon
Quinta a Sábado às 21h- Domingo às 19h
‘Bate Bola com Inês Vianna’
‘Nem Mesmo Todo Oceano’
- Você é uma atriz bastante dedicada ao teatro, com muitos trabalhos expressivos é uma opção? Por quê?
É mais que uma opção. É a carreira que escolhi seguir, é o meu ofício. Que também esbarra às vezes no cinema e na TV. E as minhas escolhas têm a ver com minha maneira de ver o mundo, ou querer que ele seja de um jeito melhor que está.
- Há alguns anos você se tornou também diretora. O que te chama atenção nesse campo?
Sim, há oito anos. Abri uma nova possibilidade, pela vontade de investigar um espetáculo como um todo, e não só pela perspectiva do ator. É como se meu olhar se expandisse em vários sentidos. E sempre tive vontade de ter um grupo, daí surgiu a Cia OmondÉ.
- Ser atriz ajuda no processo de direção? Em que?
Com certeza. Eu já ter estado num espetáculo de dentro, me ajuda a compreender melhor as necessidades do ator e de todo o espetáculo, de um modo geral.
- Você também atua junto a Cia Omondé que nesse momento está em cartaz como espetáculo ‘Nem mesmo Todo Oceano’. Quais os desafios de se manter uma Cia de teatro? Fale do espetáculo.
Fundei a Cia OmondÉ em 2010, junto com mais nove atores, vindos de vários lugares do Brasil. Acho que essa mistura deu certo. Já estamos no sexto espetáculo e agora começamos o processo de um novo. É uma pena que no Brasil não exista uma política cultural onde o Estado subvencione Companhias Teatrais. Sem a continuidade fica mais difícil de desenvolver uma linguagem e pensamentos artísticos. A única coisa que nos mantém juntos é à vontade e o saber da importância de continuar a ter um grupo, uma Cia, uma pesquisa.
Tanto o ‘Nem mesmo todo o oceano’ quanto o ‘Mata Teu Pai’ são espetáculos que falam das questões atuais e pertinentes a que estamos sobrevivendo.
- Saldo dos 30 anos de carreira?
Me formei na Cal em 1987. O saldo é de aprendizado, sempre. Mas a estrada continua, é longa, assim espero! E ainda tenho muito que aprender.
* Espaço Cultural Furnas. Rua Real Grandeza, 219, Botafogo
Apresentações: 19, 20, 26 e 27 de agosto, sábado às 20h e domingo às 19h
Ingressos: GRÁTIS- distribuição na bilheteria 1 hora antes
‘Boas da Cultura’
- ‘Darwin Del Fabro traz regravações de clássicos do samba’
Em “Darwin Del Fabro in Rio”, o jovem ator e cantor concilia bem tradição e inovação. Mais familiarizado com o repertório norte-americano, Darwin buscou conhecer melhor sobre seu país. Para isso, selecionou canções que o emocionassem para composição do novo projeto. O destaque do disco fica com “Acontece”, um clássico de Cartola, que conta com ótima produção e interpretação. “Lígia”, de Tom Jobim, também se destaca. Darwin canta com segurança e emoção, respeitando a essência da composição. Embora curto, o EP merece atenção, é sólido e cheio de personalidade. A produção e direção musical de Rodrigo Campello são ótimas. Darwin foi corajoso por interpretar canções de mestres como Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Cartola e Baden Powell. “Darwin Del Fabro in Rio” está disponível nas plataformas digitais e vale à pena a audição.
(Por Pietro Reis)
- ‘Festival de Cinema da Nova Zelândia’
É um evento inédito no Brasil e a ideia principal é intercambiar a cultura de ambos os países apresentando filmes de peso com temáticas interessantes, sobretudo, com histórias inspiradoras sobre a vida e a cultura daquele país. Os filmes são muito bem feitos, com elencos ótimos, nada a dever às grandes produções já estabelecidas no mercado cinematográfico. Os filmes veiculados são premiados, o que assegura ainda mais a qualidade e o conteúdo da programação. Como afirma a embaixadora da Nova Zelândia, Caroline Bilkey, ‘são filmes que traduzem para o cinema a força dos personagens, o impacto, as contribuições e revoluções que podem ser causadas por indivíduos’. Uma proposta que merece atenção como também ser apreciada. O Festival segue para Curitiba (17 a 23/08/2017) e Belo Horizonte (24 a 30/08/2017).
- ‘Minha Vida não Foi Bárbara’, embalado pelos sucessos da cantora Barbra Streisand, é apresentado pela gaúcha Juliana Veronezi em um monólogo musical, onde a atriz conta a história de Heloísa, uma mulher que busca incansavelmente alguém que a ame mais que tudo. No teatro Solar de Botafogo, no próximo domingo, dia 27 de agosto, às 18h. Única apresentação.
- O “1º Encontro de Influenciadores Digitais” acontece no pela primeira vez no Rio e receberá um grupo de blogueiros e Youtubers para discutir oportunidades, ideias e conteúdos relevantes ao marketing digital.
O evento acontecerá no dia 27 de agosto, das 14 às 21h no La Esquina, na Lapa. Rua Mem de Sá, 61 – Lapa – Próximo aos Arcos da Lapa.
A entrada é gratuita devendo somente ser oferecido 1 kg de alimento não perecível, em prol ao Retiro dos Artistas.
- A solidão e a incomunicabilidade estão cada vez mais presentes na vida cotidiana, apesar dos apelos da internet e redes sociais. Para abordar o tema a Nossa! Cia. de Atores apresenta a peça ‘Tudo o que há Flora’, com Leila Savary, Lucas Drummond e Thiago Marinho, roteiro de Luiza Prado, com direção de Daniel Herz.
*Sábados às 21h –Domingo e Segunda às 20h e Segunda
Teatro Ipanema – R. Prudente de Morais, 824 – Ipanema, Rio de Janeiro