por Dra. Paula Bellotti
A queda acentuada dos fios em algum momento da vida é uma queixa recorrente no consultório. Trata-se de uma condição multifatorial, de origem genética ou desencadeada por outros fatores, como alterações da tireoide, oscilações hormonais como a Síndrome dos Ovários Policísticos, estresse, tratamentos de reposição ou modulação hormonal, uso de certas medicações ou dietas muitos restritivas.
O mais importante é procurar logo um dermatologista ao notar os primeiros sintomas. Através de exames laboratoriais, do exame clínico feito no consultório e de uma anamnese detalhada do paciente, ele vai poder identificar a causa e tratar o problema adequadamente.
Hoje contamos com avançadas tecnologias de imagem diagnóstica como o Vidix, que faz a Dermatoscopia Digital. Ele é capaz de aumentar muito a imagem do couro cabeludo, facilitando a identificação de alterações nele e nos fios. Já a Microscopia Confocal é uma técnica relativamente nova, que vem sendo empregada para avaliação não-invasiva dos tecidos e que nos permite enxergar a pele por dentro e em tempo real.
Ambos os métodos são aliados importantes na prática diária do dermatologista, pois além de serem fundamentais no diagnóstico, nos permitem acompanhar a evolução dos tratamentos, fazer a contagem dos novos fios e buscar os melhores resultados.
Entre as tecnologias para combater a queda dos cabelos, duas vêm apresentando resultados satisfatórios e com comprovação científica: o laser fracionado não-ablativo e o microagulhamento de ouro. O primeiro melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo e estimula o crescimento de novos fios, que surgem mais fortes e saudáveis. O procedimento deve ser realizado por profissional capacitado, uma vez que a técnica correta e a energia utilizada fazem toda a diferença.
Já no microagulhamento, as agulhinhas – com profundidade de até 1,5mm cada – promovem um microsangramento que estimula os fatores de crescimento e levam à regeneração do folículo piloso. É um método totalmente seguro e automatizado, onde é possível o dermatologista precisar a profundidade exata que as agulhas penetrarão, simultaneamente, no couro cabeludo.
E vale lembrar que esses tratamentos são indicados não só para quem já sofre com a queda, mas também para quem quer prevenir o problema e melhorar a qualidade dos fios. Afinal, eles também envelhecem e, com o passar dos anos, vão ficando mais finos, opacos, sem vida e sem viço, o que pode piorar muito com o excesso de tinturas, descolorações e progressivas.
Além dos procedimentos em consultório, o tratamento da queda de cabelo pode envolver ainda o uso em casa de determinadas medicações tópicas ou orais, prescritas pelo dermatologista.