por Daniele Barbosa
Apesar de, para mim, esse ser um assunto já bem conhecido, vejo algumas mulheres ainda enfrentando problemas por conta do consumo do leite. Você pode estar se perguntando: mas por que só as mulheres? Porque neste caso, especificamente, estou tratando das implicações do consumo de leite e derivados na saúde ginecológica.
Sou terapeuta, como formação em ayurveda. Não há nada mais sagrado que o leite para o ayurveda. Porém, é preciso considerar que o leite do qual o ayurveda fala não é esse que vende no mercado, ou que serve de matéria prima para a produção de queijo em escala industrial. Ainda que o leite consumido seja o mais puro o possível, é preciso ressaltar que é um alimento que aumenta a quantidade de muco presente no corpo.
Levando em consideração a qualidade do leite ofertado nos mercados atualmente, temos um alimento com alta capacidade de aumentar a formação de muco e acidificar o organismo, que saudável, é alcalino. Um ambiente rico em muco e ácido é terreno fértil para a proliferação de fungos e bactérias e aí que mora o problema para as mulheres.
A região reprodutiva da mulher é naturalmente mais úmida que a do homem. Por isso também é mais sensível. Não é incomum ver mulheres sofrerem com infecções ginecológicas e a famigerada candidíase ao longo dos anos. Porém também é muito comum ver todos esses problemas desaparecerem como passe de mágica quando é recomendado à paciente que reduza bastante ou corte completamente o consumo de laticínios por um tempo.
Isso porque o leite aumenta e acidifica o muco onde o organismo já produz muco normalmente em condições saudáveis, tonando o meio propenso às infecções, no caso das mulheres, às infecções fúngicas, como à candidíase, por exemplo. Pessoas com problemas respiratórios crônicos, como sinusite e rinite também são imensamente beneficiadas com a redução o corte do consumo de leite e derivados. Já no homem, o pH da região íntima não apresenta mudanças tão drásticas quanto a da mulher com a restrição, porque é fisiologicamente diferente.
Apesar disso, homens e mulheres se beneficiam da redução do consumo de leite produzido pela indústria, que é de qualidade bem inferior ao leite cru, retirado com respeito e cuidado da vaquinha bem tratada, vivendo livre no pasto, sem ser inseminada artificialmente, ou exposta ao uso abusivo de antibióticos.
Daniele Barbosa é jornalista, formada pela Universidade Federal Fluminense, e terapeuta ayurvédica formada pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya.