por Paulo Roberto Direito
No tumulto do presente momento brasileiro não há mais tempo para lamentações. O que está por fazer é uma obra política de tamanho vulto que a todos envolve no exercício da melhor vocação para continuidade do nosso processo democrático. Assim, urge uma mudança de rumo na representação política no Brasil.
As lideranças lúcidas que querem protagonizar essa virada não podem escapar ao dilema: mudar ou estagnar. E esta última possibilidade, que estamos vivendo, é catastrófica para o nosso destino de povo livre e independente. É para mudança que devemos caminhar, conscientes de nosso dever.
As eleições de 2014 são um oxigênio indispensável para aliviar as tensões evidentes do hoje, de um processo claro, de medidas do atual governo, que colocam em xeque o próprio equilíbrio da estabilidade democrática. Exigem a mobilização da sociedade, fomentando sua participação e chamando à corresponsabilidade. Esse é o caminho possível para afastar a penumbra do desinteresse e da insatisfação do povo brasileiro, tanto na área econômica quanto na área de investimentos na infraestrutura social.
Sabemos que a macroeconomia brasileira vai muito mal. A falta de perspectiva é angustiante. O desequilíbrio das Contas Nacionais e do Balanço de Transações Correntes, crescimento baixíssimo do Produto Interno Bruto (PIB), a insegurança jurídica, o recrudescimento da inflação, a corrosão dos salários, os programas demagógicos, provocam a desconfiança dos investidores estrangeiros e a fuga do capital externo, estes dois últimos fatores, tão importantes na complementação da nossa poupança interna. Desejamos mudanças radicais, com programas que gerem condições concretas para o crescimento econômico com geração de emprego e renda em todos os extratos sociais.
Os líderes políticos, protagonistas dessa nova virada na vida brasileira, que ainda não se convenceram da necessidade de usar o seu cacife eleitoral para sopitar a ambição dos menestréis da violência urbana, com a passividade diante da paz pública em risco, ora presenciadas, estão contribuindo para dizimar as esperanças da longevidade democrática.
E por aí que emerge o senador Aécio Neves. Sem açodamentos desnecessários, com reiteradas manifestações de prudência, sobriedade, e eficiência administrativa, comprovada, nos dois mandatos como governador de Minas Gerais, que o credencia para pensar melhor o Brasil no vínculo permanente com suas raízes. A candidatura de Aécio Neves representa uma vigorosa aliança democrática, responsável, perante a nossa história republicana, pela execução de um programa de reformas substantivas capaz de restabelecer a esperança da sociedade brasileira por dias melhores, sem o risco da volta de um governo autoritário, com alianças obscuras e não transparentes a países vizinhos que adotam práticas e atitudes ditatoriais e desprezam os princípios básicos dos alicerces e liberdades de um estado democrático de direito.
Acompanhar a peregrinação dessa nova liderança de Aécio Neves é hoje um compromisso biográfico das lideranças políticas e da sociedade civil deste país. Não é uma simples adesão. É um testemunho que implica a vitalidade nacional para mudar métodos e estruturas perniciosas, recuperar o tempo perdido, sem ódios, nem rancores. Diria sem medo de errar. Se o momento é de emergência, não é de desânimo. Diferente da imagem de Corneille, o combate não cessará por falta de combatentes. E são muitos, felizmente, os que estão dispostos a realizar essa missão cívica.
Paulo Roberto Direito – Empresário, Diretor da Radice Produções e Membro do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ.