por Anna Ramalho
Conversar com pessoas inteligentes é sempre muito bom, principalmente nesse momento “live” que vivemos, no qual um bom papo, além de distrair os envolvidos, agrega em torno deles muita gente que por alguns momentos ali se distrai, reflete, ri ou chora, mas de alguma forma se emociona.
Tenho feitos muitas lives no Instagram e, às sextas, promovo uma só pra rir, ao lado de Gilda Mattoso e Aloísio de Abreu no Facebook – três amigos que dão liga, que têm histórias curiosas, divertidas. Ontem, dia 30, aceitei muito envaidecida o convite do meu ex-editor em O Globo, Luís Erlanger, para uma conversa no Instagram. Foi ótima. Mas passou rápido demais e, da pauta que ele como bom jornalista havia enviado previamente, ficou alguma coisa de fora.
Os assuntos andam tristes e deprimentes, todo mundo vive preocupado, a classe média – sempre a mais atingida – dando nó em pingo d’água, constatando os aumentos abusivos de tudo e empurrando os boletos com a barriga, tudo muito chato e pouco atraente para uma cronista. A vontade é só descer a lenha nessa cambada de incompetentes irresponsáveis que nos governam nas três esferas – federal, estadual e municipal.Preciso de refresco.
Quem quiser conferir a entrevista, está publicada aí embaixo. Vou, então, revelar alguns tópicos que deixamos de abordar na conversa de uma hora.
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Jornalista e escritor, Luís Erlanger me convidou para live no Instagram. Gostei muito
Dei minhas opiniões sobre quase todos da listinha que Erlanger me enviara. Mas faltou a Regina Duarte. Revelo o que diria: a atriz já é, disparado, o mico do ano. Perdeu o emprego de 50 anos, que lhe dava dinheiro bom, visibilidade e respeito. Foi tratada com enorme desrespeito pelo Jair, perdeu a consideração e amizade de muitos colegas, não vai levar a direção da Cinemateca e ainda foi substituída por coleguinha do terceiro escalão. É ou não é o mico 2020?
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Costumava admirar a Regina. Tanto que outra das curiosidades do Erlanger, sabedor que noveleira sou, era saber quais as minhas novelas preferidas. Pelo menos em quatro delas, Regina era papel principal: Selva de Pedra, de Janet Clair, Roque Santeiro, de Dias Gomes, Vale Tudo, de Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, Por Amor, de Manoel Carlos.
Recordando Selva de Pedra, é impossível não lembrar de sua antagonista no folhetim: a bela, brilhante, inteligente, Dina Sfat, que tão cedo nos deixou. Se fosse viva, tenho certeza, estaria chocada com o novo protagonismo da antiga colega.

Murilo Benício, Adriana Esteves, Débora Falalbella e Cauã Reymond: quarteto que muito amo e admiro naquela que, para mim, é a melhor novela de todos os tempos, Avenida Brasil
Várias novelas me marcaram, em décadas diferentes, e deixo aqui registradas algumas: Beto Rockefeller, de Braúlio Pedroso, Pecado Capital, de Janet Clair, O Bem Amado, de Dias Gomes, A Viagem, de Ivani Ribeiro, O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, Celebridade, de Gilberto Braga, Caminho das Indias e A força do querer, Glória Perez, e a campeoníssima no meu escrete, Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro.
Nos últimos tempos, nada me encantou mais do que Bom Sucesso, Rosane Svartman e Paulo Halm, e Éramos Seis, de Angela Chaves a partir do romance de Maria José Dupré. Também amei muito Sete Vidas, da Lícia Manzo, dos últimos trabalhos do ator Domingos Montagner, de cuja morte estúpida ainda não me recuperei.
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Erlanger queria saber se tenho ídolos. Não tenho, mas tenho fortíssimas admirações. Por categorias e só no cenário nacional.
MPB: Chico Buarque, Tom Jobim, Edu Lobo, Caetano, Gil e Zeca Pagodinho
Cantoras: Maria Bethânia, Nana Caymmi, Elizeth Cardoso, Ellis Regina, Teresa Cristina, Monica Salmaso, Simone e Gal
Cantores: Roberto Carlos, João Gilberto, Emílio Santiago, Djavan e Diogo Nogueira
Atores: Antonio Fagundes, Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Glória Pires, Tony Ramos, Ana Beatriz Nogueira, Antonio Calloni, Claudia Abreu, Adriana Esteves, Déborah Bloch, Andréa Beltrão, Laura Cardoso, Cauã Reymond, Murilo Benício, Claudia Jimenez, Bruno Mazzeo, Bruno Gagliasso, Fábio Assunção, Déborah Falabella, Mariana Lima, Juliana Paes, Malu Galli, Cássio Gabus Mendes, os irmãos Enrique e Chico Díaz, Marco Nanini, Ney Latorraca, Lázaro Ramos, Thaís Araujo, Miguel Falabella.
Escritores: Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Graciliano, Nélida, Vinicius de Moraes, os Verissimo ( pai e filho), Carlos Heitor Cony, Rubem Braga, Fernando Sabino, Luiz Alfredo Garcia-Roza
Jornalismo: Fernando Gabeira, Cacá Diegues, Nelson Motta, Joaquim Ferreira dos Santos.Leo Aversa e Pedro Bial
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É claro que essa entrevista duraria pelo menos 3 horas, coisa que o Instagram ainda não permite. Fica a lista, da qual tenho certeza de deixei falhas de que me arrependerei mais tarde. Desculpas antecipadas.
Para quem quiser conferir, um pouco da minha vida aí nesse bate-papo com Luís Erlanger.