Com o conhecimento que hoje possuímos sobre ecologia e dada a importância de nosso relacionamento com a mesma, estamos procurando corrigir os erros das gerações passadas.
Para isso, precisamos compreender tudo sobre nossa vegetação: seu processo de crescimento, cores, ritmo, justaposição e proporção de pequenos, médios e grandes volumes, etc. Sem dúvida, é importante tomarmos conhecimento deste equilíbrio espacial que agora está sendo criado pelo homem, para o homem.
Por acreditar que meu trabalho expressa minhas intenções artísticas na composição do que julgo ser um bom jardim, ao iniciar um projeto de paisagismo procuro, primeiramente, criar um pequeno esquema no papel, analisando a área a ser ajardinada:
1) Áreas de muito sol ou ensolaradas;
2) Áreas de sombra e úmidas;
3) Áreas de vento e maresia;
4) Áreas múltiplas – as que reúnem uma ou mais características acima citadas, em um só espaço a ser cultivado.
Analisadas as áreas, é partir para a preparação do solo e a escolha das plantas certas, pois cada local pede uma planta diferente e cada planta, por sua vez, se desenvolve em solo adequado à sua espécie.
Jardins solares
Começaremos nosso projeto pelos jardins ensolarados, nos quais devemos abusar das flores e plantas coloridas pois, para conservá-las, belas e viçosas, é necessário sol intenso. Estes jardins, na minha opinião, são os mais fáceis de serem cultivados, porque a vegetação tende a crescer mais, graças à grande claridade e intenso calor. Assim, a única preocupação deverá ser com a irrigação.
Dependendo do tamanho do terreno, pode-se plantar árvores de flores, buscando combinar seus diferentes matizes, por exemplo: uma acácia (flor amarela) contrastando com uma quaresmeira (flor roxa), o que dará um efeito muito bonito na área ajardinada.
Neste local, no meio das árvores, pode-se também usar grama para cobertura do solo, já que para se ter um bonito gramado, é necessário muito sol e uma boa irrigação.
É importante ainda dizer que para o traçado de um projeto deste tipo é preciso coletar, locar e utilizar as plantas certas nos seus devidos lugares. Explicando melhor: as de porte alto e volumosas deverão ser agrupadas junto aos muros, trabalhando como divisórias, ou colocadas graciosamente no meio do gramado; a seguir, virão as médias para compor o paisagismo; e, finalmente, utilizam-se as baixas, ou de cobertura, que deverão formar o desenho de um exuberante jardim tropical, favorecendo a cor e a ornamentação decorativa, em formas curvilíneas ou retilíneas, estas últimas tendo, como padrão, geometria e exatidão.
Procurei aqui dar uma breve explicação do que deve constar da composição de um jardim ensolarado. E, na próxima vez, continuarei a analisar os jardins das outras áreas, buscando explicar qual o tipo de vegetação mais adequado a cada uma.
ANNA LUIZA ROTHIER É PAISAGISTA
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