por Anna Ramalho
Bem que gostaria de dar um pulo numa livraria, comprar o livro do Nelsinho Motta, botar um som na caixa e ligar o foda-se. Como gostaria de ser assim, sem compromisso com coisa alguma, alienada ( como diziam de quem não era engajado na luta armada contra a ditadura), preocupada apenas com meu umbigo e de mais uma meia dúzia de pessoas. Conheço muita gente assim. Atualmente acho uma bênção.

A Baía de Guanabara: ninguém cuida dela, entra governo sai governo. Como é bela!
Não precisar se preocupar nem com a conta bancária, nem com os boletos, e muito menos com os Bolsonaros todos – 00, 01, 02, 03, 04 e … a 05fraquejada. É um descalabro atrás do outro, falas desastradas e perversas, o absoluto descaso pelos mais de 200 mihões de brasileiros que foi eleito para cuidar, deboches continuados com os mais de 160 mil mortos pelo coronavírus… Não tem jeito: Jair é um homem mau. Cruel. Desrespeitoso. Sem educação. Sem sentimentos.
Não tomar conhecimento de Wilson Witzel, o Breve, que, qual uma Cinderella, não se conforma em voltar ao borralho no Grajaú e já acionou os advogados para voltar ao Palácio que não honrou na chefia de um governo canalha. A padaria do bairro não tinha os biscoitinhos da madame, imagina! E cadê o mordomo pra servir o uísque, os salgadinhos, acender o Havana puríssimo? E o melhor: tudo às custas do contribuinte.

O bondinho do Pão de Açúcar é passeio lindo mesmo para os cariocas que vivem aqui
Ignorar o Crivella e suas aleluias, suas cantorias gospel, sua cara de eterno cansado, seu desprezo pela cidade que foi eleito para governar. O que este camarada fez com o Rio não tem perdão – é, disparado, o pior prefeito que esta cidade já teve. Assim mesmo tem a desfaçatez de pedir um segundo mandato. Crivella, nem Jesus – cujo nome você invoca a todo momento, com aquele ar de carola profissional – aguenta mais a sua pessoa, seus discursos salpicados de citações bíblicas, sua hipocrisia, suas mentiras. Ele está vendo tudo. Espera só o juízo final pra você ver o que acontece com pecadores do seu calibre. Xô, coisa ruim!
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E assim vamos chegando ao dia decisivo dessas eleições. Tempo de pensar, pesar, avaliar cada candidato para fazer a melhor escolha. O Rio está num buraco fundíssimo e precisa de um executivo para administrar com eficiência e transparência o caos nosso de cada dia.
Cada um tem que pensar muito bem, também, qual vereador escolherá. Não é possível uma cidade com a importância do Rio de Janeiro ter milicianos e parentes republicanos de primeiro escalão dando as cartas em perfeito compadrio com as milícias.
Nesses últimos dias, fiz lives com diversos candidatos: Antonia Leite Barbosa, Nilcemar Nogueira, Edmundo Eutrópio, Paulo Alonso, Cesar Maia, Chico Alencar, Ricardo Coelho, Thiago Cesário Alvim, Ruan Lira, Guilherme Carlos de Andrade, Alexandre Arraes… Todos excelentes quadros, todos dignos de serem eleitos. Não temos por que votar, sei lá, no Naldo do Posto ou no Tião da Mercearia… Com todo o respeito, nossa cidade chegou a um ponto em que não podemos nos dar ao luxo de errar.

Copacabana, a praia mais linda do mundo, a eterna Princesinha do Mar
Não me conformo de o Rio de Janeiro – que já foi a capital da República – ser hoje mal governado nos três escalões da República ( faço aqui uma ressalva: o governador interino Claudio Castro vem se portando com discrição e, ao que parece, fazendo o que pode para remediar os estragos de W2).
Por tudo isso, amigos, amigos, não votem em branco no domingo, por favor. Não anulem o voto. Pensem bem, escolham com critério e serenidade.
O Rio de Janeiro tem que sair da vala imunda em que foi atirado.
Quero a minha Cidade Maravilhosa de volta. Já!