por Lu Catoira
A moda sempre buscou suas dinâmicas entre criação e consumo. Até o início dos anos 70, as costureiras eram as responsáveis pela maioria das confecções das roupas das famílias e tinham ótima relação com o cliente – e aceitavam o pedido para fazer roupas copiando os modelos das revistas de moldes.
Com formação, os estilistas das empresas de moda, ainda hoje, pesquisam o seu público e, numa maneira mais ampla de negócios, oferecem várias sugestões em coleções sazonais, torcendo pelo resultado positivo de venda.
Nos tempos dos designers, o processo de desenvolvimento das peças é cada vez mais interativo, customizado e baseado em identificação.
Nesse mundo tão globalizado, as marcas têm que entender os movimentos sociais e apostar em nichos, personalizando o atendimento e a comunicação com o público. O uso das ferramentas digitais é a maneira ideal para chegar mais perto do seu consumidor.
Fala-se da indústria 4.0 – a aplicação de grandes tecnologias no setor produtivo que digitaliza os processos desde a coleta de dados até o modelo que é automatizado por robôs computadorizados. É o processo da interação direta e completa entre comprador, fornecedor, produtor, máquinas, sistemas e mecanismos de entrega. Essa indústria 4.0 tem propriedades incríveis, como: produtos customizáveis, a partir de sistemas tecnológicos de produção; redução dos desperdícios com sobras, com a ajuda da análise de dados; linhas de produção compartilhadas, com o auxílio de softwares e redução de estoques, com a produção realizada sob demanda.
Foto: www.docmanagement.com.br
Mas, com o custo alto de implantação do novo sistema, e a necessidade de sobreviver no mercado – nesse momento no qual as compras virtuais já são uma realidade -, algumas ferramentas digitais já estão sendo implementadas, principalmente por pequenas empresas de moda, usando como ações a busca de clientes via redes sociais. Através da interação, os designers conseguem determinar o desejo de consumo e oferecer o produto com as alterações realizadas sob demanda.
Enquanto não podem investir na indústria 4.0, as empresas buscam alternativas apostando em ferramentas como a coleta e a análise de dados de clientes através de seus sites. Assistentes digitais funcionam como consultores dos consumidores e “orientadores” da marca. É uma estratégia que reflete as necessidades do momento atual, integrando canais de venda (lojas físicas e virtuais), com o atendimento pelo telefone e pelas redes sociais. O consumidor está pronto por um atendimento completo: comprando, customizando, experimentando ou trocando peças.
O designer é indispensável no processo de criação de produtos em todos os tipos de empresas, inclusive na indústria 4.0 para o setor têxtil que vem sendo implantado nas grandes empresas.