O teatro é o lugar de todas as falas e por isso permite múltiplas formas de encenação, o que permite mesclar em um único espetáculo dança, teatro, música e poesia. É o que acontece quando estão em cena seis artistas integrantes da Cia Ideia, que com suas performances nos trazem uma reflexão sobre o corpo e suas nuances, seu diálogo com o tempo, o existir de cada um e o coletivo. A ideia de mostrar o aqui e agora do corpo, com cenas muito bem elaboradas e uma narrativa ao mesmo tempo livre e contornada por efeitos poéticos, é o mote principal da performance. Os atores trazem ao espetáculo suas vivências corporais que perpassam por suas histórias, resignificando cada cena apresentada.
Em vários momentos foramam-se duplas, trios que permitem um vôo maior, propondo uma dinâmica de elementos que potencializam cena e a proposta da narrativa. Os atores entrelaçam seus universos e assim, promovem um pensamento sobre tempo, espaço, sentimentos e vivências.
A experiência de cada um, somada a do outro ator, resulta em uma conexão cênica muito bem explorada pelos atores, provocando ao expectador sair do lugar comum abrindo um horizonte fértil de sensações e emoções. Tudo isso embalado por uma poesia delicada e coesa com a encenação.
‘O Corpo que eu Habito’ é um trabalho da Cia da Ideia, com afinada direção artística de Sueli Guerra, que figura entre as mais destacadas coreógrafas, que assina a coreografia ao lado de Alessandro Brandão.
No elenco estão além de ambos, Daniel Chagas, Edney d’conti, Mery Horta, Olívia Vivone, Saulo Eduardo e do músico Sidney Herszage.
Sábados e Domingos de Abril
Ingressos Gratuitos – Acesso pelo site da Sympla
https://www.sympla.com.br/produtor/ocorpoqueeuhabito
Bate Bola com Erika Riba
‘Pimentinha’
Musical em Homenagem a cantora Eis Regina para público infantil
Você é uma atriz experimentada em musicais, como está sendo fazer musical infantil? Tem alguma diferença considerável?
Nenhuma diferença, o empenho é o mesmo, o mesmo compromisso em trazer um espetáculo de extrema qualidade para o público. O teatro para crianças tem uma grande responsabilidade, que é a de fazer com que as crianças e suas famílias criem o gosto pelo teatro, de forma que essas pessoas continuem o frequentando e entendendo a importância de se consumir cultura. É importante que não seja encarado como uma sub-categoria de teatro, muito pelo contrário, as crianças são ainda mais exigentes.
Esse é um projeto que resgata nomes importantes da musica popular. Você acha que mesmo sendo nomes que não fazem parte do universo infantil, desperta atenção às crianças na história do biografado?
O projeto Grandes Músicos para Pequenos vem homenageando nomes importantes da música brasileira, com o intuito justamente de apresentar esses artistas e suas obras às crianças. Os pais conhecem esses artistas e ficam felizes em poder apresentá-los a seus filhos. Os espetáculos não são biográficos, são histórias fictícias inspiradas pelo universo dos homenageados, eventualmente trazendo um ou outro episódio da sua vida. No Pimentinha, por exemplo, a inspiração são alguns recortes da infância da Elis, como a participação dela em programas de rádio, a questão dos óculos por conta do estrabismo… são apenas alguns pontos, não é a história da vida dela. Uma das grandes qualidades do projeto é exatamente que através de uma história de ficção, numa linguagem acessível para o público infantil, esses artistas passam a fazer parte do universo dessas crianças, que saem do teatro querendo conhecer e saber mais sobre eles. Além da Elis, já foram homenageados Luiz Gonzaga, em “Luiz e Nazinha”; Braguinha, em “O Menino das Marchinhas”; Milton Nascimento, em “Bituca – Milton Nascimento para Crianças”; Caetano e Gil em “Tropicalinha – Caetano e Gil para crianças” e Raul Seixas , em “Raulzito Beleza – Raul Seixas para crianças”.
Você interpreta D Ercy, a mãe de Elis. Como foi criar essa personagem, que na verdade, existiu?
Como não se trata de um espetáculo biográfico, a nossa D. Ercy não é a D. Ercy da vida real. Na peça, ela é mãe da menina Lilica e eu tive total liberdade para criá-la. Ela é uma mulher terna, doce, que dá todo apoio e suporte à filha que sonha ser cantora e trabalhar na rádio. É ela também que dá força pra filha se aceitar, não desistir e não baixar a cabeça num mundo onde se tenta calar a voz das mulheres o tempo todo.
O que mais te chama atenção na dramaturgia da peça?
Eu acho incrível a forma como o Pedro Henrique Lopes, autor da peça, consegue comunicar tantas coisas importantes numa linguagem que as crianças embarcam totalmente. A peça fala sobre auto-aceitação, coragem e perseverança de uma maneira linda. Lilica enfrenta os obstáculos e não desiste do seu sonho de ser cantora. O texto também fala de amizade e da força das mulheres. É muito bonito poder trazer essas reflexões e perceber que as crianças ficam tocadas, que uma sementinha é plantada.
Você também canta na peça, e se tratando de repertório conhecido na voz Elis, teve algum cuidado especial.
Cantar essas músicas é um prazer enorme e uma responsabilidade, porque de alguma forma o público adulto tem a referência muito forte da Elis cantando, claro. Os arranjos do Guilherme Borges, nosso diretor musical, levam algumas músicas bem conhecidas pra um outro lugar, subvertendo o original, em função de determinadas cenas do espetáculo; “Deixa”, por exemplo, que originalmente é quase um samba, na peça tem uma levada bem mais lenta, numa cena de muita emoção entre D. Ercy e Lilica.
A peça acontece no âmbito virtual, como tem sido prerrogativa do momento. Que diferença principal você sentiu?
A gente ensaiou com a expectativa de uma temporada presencial, mas os planos tiveram que mudar, em função do recrudescimento da pandemia. É muito diferente estrear on-line, é uma outra experiência. Eu fiquei nervosa, também, mas de um jeito que eu desconhecia, porque foi a primeira vez na vida que eu iria assistir à estreia do meu espetáculo junto com o público! É uma outra emoção. No dia da estreia a gente fez uma chamada de vídeo e fizemos o que nós atores chamamos de “rodinha”, que é a tradição de nos reunirmos antes de entrar em cena para fazer uma espécie de oração juntos. Foi lindo e emocionante demais!
Considera que essa forma de teatro, permanece pós pandemia?
Eu acredito que sim. Acho que mesmo com a volta das apresentações presenciais, essa porta aberta não deva se fechar. Acredito que seja possível ter os dois formatos concomitantemente, com a peça em cartaz no teatro (presencial) e também on-line. Dessa forma o alcance é muito maior, acho que esse é o lado bom. Na estreia de Pimentinha, por exemplo, tivemos quase 5 mil acessos, tinha gente de todos os lugares do Brasil assistindo e também de outros países, isso só é possível graças à transmissão on-line.
Até 25 de abril de 2021
Sábados e domingos, às 16h
Ingressos: R$ 25 a R$ 50 (a escolha do valor fica a cargo do espectador).
Vendas de ingressos: www.sympla.com.br/grandesmusicosparapequenos
Umas Palavras
Bia Oliveira
Diretora e Profa.Artes Cênicas
“A Arte salta melhor que o gato”
A importância da Arte já é crivo da existência humana, mesmo sendo ignorada por muitos a lucidez e a sabedoria natural do Ser Social sabe da sua vital existência para o desenvolvimento da humanidade.
Os tempos comprovam que
ela, a Arte, sempre salvou a humanidade da insanidade coletiva, arrisco-me até a dizer que é o bálsamo do indivíduo coletivo no silêncio.
No momento, a Arte, entra nesse coletivo individualizado, como alicerce para banhar os dias que demoram a passar e embalados por ela, ficam mais velozes e amenos.
Processo criativos estão sendo descobertos pelo estrangulamento dos dias que demoram a passar.
E quem sobrevive? Ela, a Arte.
“A Arte é a coisa mais importante do mundo, sem ela o mundo ruiria”, assim afirmava, Domingos Oliveira. Podemos coexistir com essa afirmação e percebermos que quando tudo está desmoronado,ela, a Arte, entra pela janela como brisa fresca, bate na porta como mensageiro trazendo frases de amor, surge no quintal com a imagem mais bela de uma gota de chuva, traz pelos livros empoeirados na estante, a melhor palavra para o cárcere globalizado em tempos de quarentena.
Foram fechados os teatros, os cinemas, os shows proibidos e os movimentos artísticos coletivos cerceados. Claro, sabemos que precisamos ter saúde para sermos mais artistas, isso é fato. Então, o recado foi dado pela própria Arte, ela manda avisar que necessitamos realizar nosso movimento artístico interno e individual para sermos mais artistas.
Estamos perdendo espaço nesse cenário caótico do mundo economicamente correto, ela, a Arte vira o destaque em todos os lares.
O Ser Humano busca na música, sua escuta diária, na escrita, seu desabafo, nos filmes, seu entretenimento lúcido, na gastronomia, sua habilidade artística, na pintura, sua projeção interna,na poesia, seu melhor Eu, e nos milhares vídeos, o cineasta escondido. As Lives, a melhor tribuna, como no teatro grego, lá, falamos e falamos para muitos sobre tudo que pensamos sem o crivo da censura.
Ela, a Arte, está de pé aplaudindo a humanidade que sobrevive as adversas circunstâncias de uma pandemia.
A Arte como Salvação, não existe liberdade sem Arte.
Sejamos artistas livres para atravessarmos esse momento, só assim, faremos a perpetuação da Arte na existência humana.
E para terminar, Domingos sempre soube falar da Arte de forma simples e humana, então o título desse artigo é uma frase dele. Deixo aqui, o registro de um artista que viveu pela Arte.
Boas da Quarentena
‘Lições dramáticas por João Caetano’ , o ator Claudio Mendes, que comemora 35 anos de carreira, apresenta as doze lições que compõem a obra de João Caetano usando trechos de peças da dramaturgia universal que fizeram autorreferência ao teatro – “Hamlet”, de Shakespeare; “O Improviso de Versalhes”, de Molière; “O Mambembe”, de Artur Azevedo;entre outros. Trata-se de uma websérie em 12 capítulos.
Canal do Sesc Rio no YouTube (https://www.youtube.com/user/portalsescrio)
‘Sinhá não dorme’ é um thriller eletrizante ambientado num quarto onde duas mulheres negras, ex-namoradas, discutem sua relação enquanto uma procura esconder da outra um assombroso mistério. A ideia é discutir o feminismo em perspectiva interseccional ao abordar questões raciais e de gênero.
Até 11/04
Sexta, sábado e domingo, às 20h, na plataforma Zoom
Grátis, mediante reserva em www.sympla.com.br/sinha-nao-dorme__1159029*
*Link disponível na biografia do espetáculo no Instagram: @sinhanaodorme
‘Mulheres nascidas de um nome’ , espetáculo que conta com atrizes do Brasil, Portugal, Espanha, Panamá, Peru, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Costa Rica e Bolívia, encenam trinta e três nomes que tendo como título nomes de mulher, não pretendem descrever uma única pessoa . Os contos são apresentados em solo, duplas, trios ou em grupos, com todas as mulheres, além de cenas musicais com canções com nomes de mulheres, como Lígia, Malena, Sandra, Rosa, Magdalena, Maria Maria, dentre outras. Performances de dança e perna de pau também agregam diferentes linguagens ao espetáculo.
Única sessão : sábado, dia 3 de abril / 18h
YouTube www.youtube.com/michellerajagebara.
‘A lua vem da Ásia’, peça apresentada pelo ator Chico Dias, adaptada pelo próprio ator, do romance homônimo do escritor mineiro Walter Campos de Carvalho trata-se de uma obra surrealista, carregada de humor ácido, levanta questões sobre os limites do poder, das hierarquias e o lugar de cada cidadão na sociedade.
Até 18 de abril
Sessões aos domingos, 18h
Diretamente do Teatro PetraGold – Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon / RJ
Ingressos para transmissão ao vivo e on-line a partir de R$ 20
Onde comprar e assistir: https://www.teatropetragold.com.br
‘Eu, Moby Dick’ é uma leitura performativa a partir de Moby Dick, um manifesto físico e poético, denso e provocativo. Um ato artístico/político, um espaço/encontro/experiência com a plateia, que transforma o palco numa plataforma multidisciplinar, inspirada no imaginário provocado pela obra de Herman Melville, convidando o público a um mergulho profundo nas metáforas contidas nessa obra prima da literatura universal.
Sexta-feira a domingo/ 02 a 04 de abril – às 20h
YouTube do Centro de Artes da UFF – https://youtube.com/c/CentrodeArtesUFFOficial
‘Palavras de Mulheres’, busca inspiração em importantes figuras femininas das mitologias como Medeia, Lilith, Medusa e Ismênia, e adaptando suas histórias para os dias atuais por meio de olhares e vivências das suas cinco atrizes protagonistas, o espetáculo-experiência virtual e interativo joga luz e provoca reflexões no público sobre o lugar da mulher no mundo.No elenco: Aurora Eyer, Jessica Madonna, Jullie, Maria Adélia e Maria Lucas, capitaneadas pela diretora Nina da Costa Reis.
De 4 a 19 de março de 2021.
Horários: quintas e sextas, às 21h.
Vendas on-line: pelo site da SYmpla ou em https://linktr.ee/palavrasdemulheres
‘Eu, Romeu’, aborda a tragédia de Shakespeare se mistura à recorrente tragédia dos subúrbios do Rio de Janeiro, onde o CEP de um indivíduo determina os acontecimentos de sua vida, até onde este pode ir e o tamanho de suas conquistas, com o ator Marcos Camelo e direção artística de Cecília Viegas.
Horário: 19h
Ingressos Gratuitos
Acesso:https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfakMWkVOHHC2cWz5xwiGrdep4
HM41OvhszGCq1noy0ICKzw/viewform?gxids=7628
O ator Luis Lobianco apresenta ‘Macbeth 2020’, uma espécie de documentário tendencioso e sensacionalista, que caminha pela via da comicidade, com referências aos extintos programas de TV dos anos 1980 e 1990 relacionados ao submundo da madrugada.
Disponível gratuitamente, 24 horas por dia, até 30 de maio, na plataforma digital YouTube
link http://www.sympla.com.br/macbeth2020.
‘Pandora’, reflete sobre a condição da mulher no mundo de hoje, a partir de longa pesquisa sobre as mitologias que constituem o arquétipo feminino e suas distorções ao longo dos séculos, com as atrizes Jaqueline Roversi e Jordana Korich, sob direção de Leona Cavalli.
Acesso : plataforma on-line da Casa de Cultura Laura Alvim
HORÁRIOS: sempre às 3ªf às 20h
INGRESSOS: R$10 e R$5 (meia) / ONDE COMPRAR: www.sympla.com.br
Apoio Institucional : Fundação Cesgranrio
Fale conosco : [email protected]