por Bruno Cavalcanti
Não é show, é teatro!
Anunciamos nesta semana que a cantora Zélia Duncan encabeçará o elenco de Alegria, Alegria, espetáculo com canções da década de 1970 com direção de Moacyr Góes. A multifacetada artista já havia estrelado outro espetáculo, Tô Tatiando, baseado na obra do compositor e poeta Luiz Tatit.
Pois bem, desde então muitos entendidos no assunto decidiram expor suas respectivas opiniões sobre o ótimo desempenho de Zélia no show em que cantava Tatit. O que falta aos entendedores é a percepção de que teatro é também subjetividade, e que não é porque uma cantora sobe a um palco para interpretar a obra de um compositor que isso descaracteriza um musical.
Falta aos entendidos de plantão a sensibilidade e o conhecimento de saber que sim, teatro musical é muito mais do que sonha nossa vã filosofia importada dos diretores e produtores da Broadway e do West End.
Não é show, é teatro (2)!
E já que entramos no quesito falta de sensibilidade, falemos também sobre a falta de educação. Na última sexta-feira, esta santa coluna esteve presente na coletiva de imprensa do espetáculo Les Misérables, no Teatro Renault, ali na Av. Brigadeiro Luís Antônio.
Antes de conversar com os jornalistas, o elenco apresentou uma série de números que compõem o musical (que tem estreia agendada para dia 10 de março), mas não sem antes ouvir soar o insistente pedido da direção e da produção para que fossem feitas fotos sem flash.
Como bem disse a atriz Cássia Raquel (componente do elenco), pedir para que tirem foto sem flash é a mesma coisa que pedir que andem de biquíni na praia. O festival de luzes indesejadas era tão grande que parecia o tapete vermelho do Oscar. Falta a esse tipo de profissional – que desrespeita o pedido básico do teatro – uma boa dose de bom senso (ou um aparelho auditivo).
Sogra Saturday Night
Esta santa coluna havia informado há algumas semanas atrás que o hilário espetáculo A Sogra que Pedi a Deus partiria para um recesso por tempo indeterminado. Bom, mudança de planos. A comédia estrelada por Renato Papa, Gal Spitzer e Alexandre Freitas deixou as sextas-feiras do Teatro Ruth Escobar para assumir o horário nobre dos sábados no mesmo palco. Agora, Renato Papa, também produtor, se divide entre a comédia de costumes Casa, Comida e Alma Lavada e o blockbuster em cartaz há quase uma década.
Chegando ao Folha
Estrelado pela atriz Natália Foschini (Romeu & Julieta), o infantil O Guarda Histórias chegará ao Teatro Folha, em Higienópolis, no mês de junho. Esta será a primeira temporada do espetáculo em São Paulo. A direção é de Max Oliveira, que assinou o elogiadíssimo Alice – O Musical.
Sr. Green diz adeus
Se aproxima do fim a nova temporada de Visitando o Sr. Green, espetáculo dirigido por Cássio Scapin e encenado por Sérgio Mamberti e, Ricardo Gelli e Gustavo Haddad (que se revezam no papel de um executivo americano). A peça, responsável pelo retorno de Mamberti aos palcos após 12 anos de ausência, segue até o próximo dia 19 no Teatro Jaraguá, no Centro. Esta é a segunda montagem brasileira deste texto de Jeff Baron. A primeira contou com Paulo Autran e Cássio Scapin no elenco.