por Bruno Cavalcanti
Quatro anos após o intercâmbio cultural que gerou o espetáculo “Dissecar uma Nevasca”, co-produção entre Brasil e Suécia sobre a vida da rainha sueca Cristina Alexandra, a atriz Nicole Cordery (indicada ao Prêmio APCA pelo espetáculo) e a diretora sueca Bim de Verdier se reencontram nesta quarta-feira, 20, na Oficina Oswald de Andrade, para um novo processo cênico.
Trata-se da segunda etapa de uma residência artística a fim de discutir o feminino, iniciada há quatro anos com a produção do supracitado Dissecar uma Nevasca. Neste novo encontro, atriz e diretora apresentam Beira Mar, texto em pleno processo de gestação, que visa discutir três figuras femininas.
Entrelaçando histórias, as artistas investigam a figura mítica de Ifigênia, a princesa sacrificada pelo pai para gerar sorte na guerra, Cristina Larsdotter, a mulher Sami que, graças a sua altura, era exposta como atração em parques de diversão durante o século XIX, e, por fim, a vereadora, socióloga e militante pelas causas negra e feminina, assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018.
“Contamos sobre mulheres, a quem a possibilidade de se libertar é negada, e investigamos o que torna a saída impossível. É uma viagem que ultrapassa séculos e mares, onde usamos uma perspectiva feminina”, conceituou a diretora em declaração exclusiva para a coluna.
“Durante esse processo, conversamos sobre muitas mulheres, e vamos agora contar três histórias, três vidas que se entrelaçam. Escolhemos essas três personagens dialogando sobre o que é ser mulher aqui, hoje, e em outros lugares. É sobre opressão, reação e resistência”, finaliza de Verdier.
O processo também contará com a participação do diretor Daniel Ortega, e um bate-papo ao fim da leitura. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados com uma hora de antecedência.