O encontro do último dia 18 de setembro, uma sexta-feira, foi virtual como de praxe neste ano da Covid. Nicette Bruno, Beth Goulart e o jornalista Cacau Hygino, que dava os retoques finais na biografia de Nicette. Uma das minhas lives. Acabou sendo a derradeira entrevista desta grande atriz, Nicette Bruno, que hoje nos deixou ainda cheia de vitalidade e planos para o futuro, em seus 87 anos – dia 7 de janeiro próximo, ela faria 88. Falou-se de tudo, mas a parte mais impressionante é quando ela fala sobre a peça “Perdas e ganhos “, dirigida por Beth Goulart, um monólogo que representou logo depois da morte do marido Paulo Goulart, em 2014, com quem foi casada por 62 anos
“Para mim esse espetáculo foi uma salvação. Porque apesar de saber que a vida não começa no berço e não termina no túmulo, a gente nunca sabe o que é, como é, o que acontece. Ao vivenciar este texto (de Lya Luft), eu transformei essa lembrança em alegria. Alegria dos momentos que tivemos juntos, alegria com a forma com que ele levava a vida, a alegria por estarmos juntos, construindo uma família, uma família que tinha por objetivo vivenciar os momentos teatrais. Então, quando lembro dele agora, lembro com alegria, com força, com vontade de realizar. Não lembro com tristeza, com dor – porque não pode haver dor na relação que nós tivemos. Ao contrário, nós fomos realmente felizes no encontro, na construção da nossa família, felizes no exercício da nossa profissão e felizes na nossa Fé. Porque eu tenho daqui e tenho certeza de que onde quer que ele esteja, ele também vivencia essa Fé”.
Confira a entrevista: https://www.annaramalho.com.br/nicette-bruno-beth-goulart-e-cacau-hygino-no-papo-na-rede-entrevista/