Quem frequenta este espaço já sabe que adoro novelas, filmes ( filmes antigos, então!), seriados – enfim, sou uma telemaníaca com muita honra e prazer. Ultimamente, aliás, tenho tido um grande prazer em assistir ao novo canal 36, o Viva, bem bolada criação de Letícia Muhana. O 36 é 10, gente! Coisa que já não podemos dizer do 91, o TCM, que é muito irregular. Um dia sim, outro também, apresenta A gata e o rato, Magnum e outras paradas indigestas do gênero.
É cada vez mais raro topar com um filmaço daqueles de dar gosto – e, quando por acaso a gente topa com algum, está dublado, caso do Spartacus, que apresentavam na quarta-feira. O Viva já avisa logo que os seus filmes são dublados e estamos conversados.
Mas o que quero comentar mesmo é como o 36 me tem consolado quanto ao meu próprio envelhecimento.
***
Dia desses fui fazer umas fotos novas para o meu site (www.annaramalho.com). Feitas pela craquésima Beti Niemeyer, ficaram bem legais, mas, parodiando o título daquele famoso romance do Joyce, é o retrato de uma artista quando velha. Ai que saudade da minha carinha tão linda aos 20, aos 30! Virei uma senhora bem posta, gorducha, mas ainda interessante, modéstia à parte – e cara alegre! Agora, a cara alegre é essa mesma que me acompanha há tantos anos. As rugas estão ali. Não tem bocão de botox. Nem aquele brilho nas pommetes, que revelam ao primeiro olhar a quantidade de injeções que madame tomou pra esticar um pouco mais o tempo – aquele senhor desagradável que teima em passar.
Vejo a reprise da novela Por amor, do Manoel Carlos. Nela, a Suzana Vieira dá uma banho como a pérfida Branca Letícia. Por amor é de 1997 – e a diferença da Suzana de então e a de agora é assustadora. E olha que a Vieira ainda bate o maior bolão! Está muito bem para os 67 anos que faz questão de declarar ter. A diferença é muito visível também para Cássia Kiss, Regina Duarte, Ângela Vieira, Mônica Martelli, Maria Zilda e até mesmo a Carolina Ferraz, na minha opinião a atriz mais elegante da TV brasileira.
Nada a fazer. Permanecem lindas em suas idades de hoje, 13 anos depois. Algumas ( e não são essas) exageram, enchem a cara de botox, de ácido, se esticam em plásticas que comprometem qualquer atuação. Grandes atrizes pegam mais leve. Esticam, mas com cuidado. Sabem que puxar demais pode deixá-las sem expressão facial. De que adianta uma grande atriz sem expressão? Diga lá, Dame Fernanda Montenegro – que brilha com as rugas e as marcas de seus gloriosos 81 anos!
Na mesma novela, Carolina Dieckman era uma adolescente – ainda bochechuda e roliça. O tempo passou bem para ela, que ainda é muito jovem. Está mais bonita.
Todo mundo envelhece, não tem jeito: até a Cecília Dassi, a gracinha da Sandrinha em Por amor, que viveu uma lolita sensual na finada Viver a vida.
Todo mundo envelhece. É o que me consola ultimamente.