por Anna Ramalho
Os dias se embaralham, me atrapalham. Não aguento mais enviar e receber zaps, mas, se não mandarem pelo menos 5 memes ou piadas engraçadas, piro. Significaria que, além de isolada em casa com os cães e o papagaio, também não teria ninguém se lembrando de mim. Cruz credo, Deus me livre! Melhor abrir os zaps, rir das piadas, conferir os e-mails e – novidade absoluta na minha vida – fazer faxina. E ginástica em casa – hoje, graças à responsabilidade e a equipe maravilhosa que tem a Stella Torreão – fiz uma hora de exercícios com mestre Tuninho Pacheco, um craque naquele espaço.
Sou uma outra pessoa, como vocês podem ver. Sinto que, tal como naquela linda e antiga música do Milton Nascimento, “nada será como antes” e todos teremos que nos adaptar. Talvez tenha sido um toque de Deus – para quem, como eu, crê – ou do Universo para chamar nossa atenção a coisas mais urgentes. Como, por exemplo, o exercício de amar ao próximo, em seu sentido mais amplo, sair da redoma protegida dos privilégios que recebemos para estender a mão ao que nada tem, àquele menos sortudo que , se já tinha virado motorista de Uber, agora não sabe o que fazer quando não tem passageiros e nem sabe quando terá. Para não falar do exército de desabrigados espalhados por todos os cantos deste imenso – e tão desigual! – Brasil. A pobreza absoluta. A miséria total.
Nada será como antes: no sábado, dia 4, nasceu o Bento, neto da minha amiga da vida Maria Cecília Corrêa Meyer. Acertadamente, a Casa de Saúde São José só permitiu que o marido acompanhasse a Luciana. Mamãe, nem pensar. Certo é, todo mundo entende, mas e a frustração da vovó? Cecília vai visitar o neto, tão logo a filha volte para casa. De máscara, luva, avental, gorro, todas as barreiras possíveis, claro. Se todo mundo sempre teve cuidado ao visitar os recém-nascidos, imagina agora. Colinho de vó, nem pensar. É triste!!!!
Ontem, como nos últimos domingos, assisti à Missa de Ramos na TV Aparecida. Impressionante ver aquela imensa Basílica totalmente vazia e com seis padres. Foi bonita e emocionante. A religião me consola.
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Nada será como antes, mas o que já está por aí, não apenas não será, como parece que vai piorar muito. Enquanto escrevo, recebo o aviso do panelaço. Jair quer demitir o Mandetta, a única pessoa que passa credibilidade neste governo de quinta categoria. Curiosamente, ele, que jura ter passado o dia de ontem em jejum, apareceu hoje com apetite redobrado. Deve ter sido o Toddy matinal que deu toda essa marra ao capitão.

Luiz Henrique Mandetta é, disparado, o melhor quadro, o mais competente ministro desse governo de quinta categoria. #FicaMandetta, pelo amor de Deus!
Não sei se tenho raiva ou pena desse sujeito que desgraçadamente virou presidente, a reboque de Lula e dos demais saltimbancos que assaltaram a pátria mãe gentil. Jair parece aquele Juquinha da piada, o garotinho mimado, malcriado e desbocado. O sujeito é caso pra psiquiatra: inseguro, frágil, sem noção e com um estranho complexo de Édipo às avessas, naquela idolatria cega pelos filhotes trapalhões e por aquele “mago da Virginia”, o grosseiríssimo Olavo de Carvalho.
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O mundo vive os tempos do cólera, nenhum de nós tem ideia do que vai acontecer, e esse destrambelhado só faz pensar nas eleições de 2022 e de como nada pode atrapalhar o seu projeto de reeleição.
Caso Jair, em seus delírios persecutórios, tenha esquecido, o grande mistério da vida é não sabermos quando morreremos. Pode ser daqui a uma semana, uma hora, um minuto.
Se não se sabe se estaremos vivos no dia de amanhã, o que dirá no distante 2022. E isso vale para ele e para todos aqueles que estão se aproveitando dessa calamidade, dessa praga que não tem data para acabar, pra subir no palanque. É tiro no pé.
E será tiro na cabeça se Jair resolver demitir o ministro Luiz Henrique Mandetta. Suicídio político e pessoal.
Panelaço nele!!!!