por Rogeria Gomes
O musical ‘Josephine Baker – A Vênus Negra’, é um daqueles espetáculos que merece ser visto e revisto. Está de volta aos palcos cariocas e já acolhe diversas indicações a importantes prêmios do setor. Não é para menos.
A peça é uma junção feliz de texto, interpretação e música.
A história é baseada em fatos reais e a vida de Josephine Baker tem de fato muitas curiosidades além de uma trajetória de superação e inspiração. Baker foi uma menina negra, pobre, nascida em St. Louis em Missouri nos EUA, num período de intensa discriminação e segregação racial, e se tornou uma das artistas mais célebres de sua geração. Adquiriu um estilo próprio, que unia um jeito diferenciado de dança selvagem e caretas, muito especialmente por questões de sobrevivência. Precisava dar certo. E deu.
Mais tarde por seu surpreendente refinamento, tornou-se uma aclamada cantora francesa, mas sem nunca abandonar seu entusiasmo e sua voracidade em cena, valorizando o humor e o deboche o que conquistou seu público. Tornou-se referência e esbanjou carisma e sucesso.
Aline Deluna é a atriz que dá vida a Josephine, e sem dúvida, compõe uma de suas melhores atuações. Domina à cena precisão das atrizes de peso e consciência cênica, trazendo à tona uma performance acertada e feliz. Junto a Aline há um trio de músicos de jazz excelentes formado pelos músicos Dany Roland na bateria, percussão e direção musical, Christiano Sauer no contrabaixo, violão e guitarra e Jonathan Ferr no piano e escaleta. Além de tocarem ajudam a contar a história trazendo humor à cena.
A direção de Otávio Muller soube favorecer os pontos altos do texto assinado por Water Daguerre e extrair o melhor de Aline. Toda equipe contribui para o acerto total da peça, um espetáculo correto e incrível.
Josephine Baker nos traz de volta a bela lição de encarar a vida apesar das adversidades, com generosidade, entusiasmo, perseverança e humor. Portanto, trazer essa história aos palcos brasileiros é muito bem-vindo. Um belo espetáculo.
* TEATRO MAISON DE FRANCE
. Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro / RJ
Quinta a domingo às 19h30
‘Bate Bola com Marcos Bruno’
‘Saudade’
- Qual a principal diferença do teatro que você vivenciou no Ceará e o que você encontrou no Rio de Janeiro?
Teatro é teatro em qualquer lugar. É claro que a cultura local influência a arte e as produções que são idealizadas e feitas. Em Fortaleza, o teatro não tem tanto espaço como no Sudeste. O segmento “teatro comercial”, tão forte aqui no RJ, com as grandes produções, principalmente musicais, não tem tanta vez no Nordeste. Portanto, o teatro que eu vivenciei no meu Ceará era um teatro mais de resistência, mais de pesquisa, ligado às universidades e grupos de teatro sólidos, com anos e anos de história!
- O que te motivou a vir trabalhar e estudar no Rio de Janeiro, uma vez que você já havia conseguido espaço em consideradas produções locais?
Escolhi o RJ, assim como eu poderia ter escolhido qualquer lugar do mundo, rs. Queria viver outras culturas, estudar com outros professores, aprender técnicas que não existiam na minha cidade, conhecer gente nova, alçar vôos mais altos. O Rio talvez pela equivalência geográfica com a minha cidade. Amo cidades quentes e com vasto litoral. Hoje sei que fiz a escolha certa! Cresci muito aqui e tive encontros que levarei pra vida! Essa cidade é de fato maravilhosa! Mas não será meu porto final… Aqui é só o ponto de partida!
- Sua peça ‘Saudade’ é um monólogo, considerado por muitos estudiosos um grande desafio para os atores. Como tem sido para você essa experiência? Teve algum receio?
Tem sido um grande desafio… Não ter a quem desejar “merda” antes de entrar em cena tem sido o mais difícil! É de fato um mergulho solitário no desconhecido… Mas nada é acaso! Sinto-me preparado e protegido pelos deuses do Teatro nesse meu primeiro solo! SAUDADE é um projeto de verdade, sincero e tem obtido um retorno muito positivo de quem tá indo me assistir! Emocionar e trazer à tona lembranças tem sido um deleite cênico.
- A peça fala de sentimentos diversos. O que te levou ao tema? Qual o ponto alto do espetáculo?
O sentimento mais presente nesses quase 3 anos morando sozinho no RJ é a saudade e tudo que ela traz. No início, não sabia lidar… Por vezes, pensei em desistir de tudo e voltar para o aconchego da minha casa… Mas com o tempo entendi que a coragem em continuar na luta estava vindo do sentimento que eu achava que me enfraquecia. A “saudade” me deixou muito mais forte e maduro. Tornou-se potência criativa e material pro meu solo. O ponto alto do meu trabalho em SAUDADE é a “sensibilidade” com que ele é feita. Em todas as sessões, o público sai extremamente emocionado. Não tem retorno melhor! Sinto-me grato e pleno.
Terreiro Contemporâneo
Rua Carlos de Carvalho, número 53, Centro-RJ
(entre a Praça da Cruz Vermelha e a Escola de Teatro Martins Penna)
Sextas e sábados | 20h
‘Boas da Cultura’
- ‘Hamlet’ é o novo espetáculo da Armazém Companhia de Teatro que depois de temporadas no Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Vitória e de viagem à China, volta aos palcos cariocas para contar a história de Shakespeare. Príncipe da Dinamarca perde o pai que morreu repentinamente de uma doença estranha e sua mãe casou-se com o irmão do falecido marido, na frente de toda a corte, depois de apenas um mês. Hamlet tem visões de seu pai, que afirma que seu irmão o envenenou, e exige que ele se vingue e mate o novo Rei, seu tio e padrasto. A loucura de Hamlet tornou-se a loucura do mundo.
*Teatro SESI – Av. Graça Aranha nº 1, Centro, Rio de Janeiro
Quintas e sextas às 19h30minh e sábados às 19h
Natal dos Porquinhos, o musical
- Em montagem inusitada “Os Porquinhos” irão passar o Natal em uma floresta e terão que construir suas casinhas para prepararem uma grande ceia e aguardar a chegada do Papai Noel. A notícia sobre o natal dos porquinhos se espalha pela floresta e todos os animais ficam sabendo, inclusive o lobo Mamau, que irritado por não ter sido convidado, planeja fazer dos três porquinhos o prato principal da sua ceia. A idéia é mostrar aos pequenos a lição de que ‘tudo alcança aquele que trabalha duro enquanto espera’. Os números musicais passam por gêneros como o jazz, blues, pop e o rock. É de Leandro Bispo a concepção, direção de Allan Ragazzy, e direção musical de Thiago Garcia
Teatro Miguel Falabella
Sábado e domingo às 16h e no feriado às 17h30
Norte Shopping – Av. Dom Hélder Câmara, 5332 – Pilares- RJ
- O musical “Dançando no Escuro” é a adaptação do premiado filme homônimo de Lars Von Trier, que expõe o drama de uma mulher com uma doença degenerativa que a leva à cegueira, seu desmedido amor pelo filho e as injustiças sofridas por ela. A adaptação para o teatro é do nova-iorquino Patrick Ellsworth, a única permitida pelo cineasta dinamarquês. A direção é da competente atriz Dani Barros, que reúne um elenco afiado.
*Sesc Ginástico, Av. Graça Aranha, 187, Centro, Rio de Janeiro
Quinta a sábado às 19h e domingo às 18h
- A ‘Mostra Sete Dias de Sol sem Dó’ reúne artistas e pesquisadores de todo o território nacional que desenvolvem essencialmente trabalhos ligados ao universo da palhaçaria, das tradições populares e produção cultural em periferias. A Mostra acontece com diversos destaques: apresentações de pernas de pau, malabares com fogo e performances cênicas; a oficina de máscaras com o grupo teatral Moitará , o Cortejo de palhaços e Oficina de Palhaçaria feminina, ministrada por Lilian Moraes do Grupo Off-Sina.
A programação completa e serviços da mostra podem ser acessados na página do grupo no facebook – @Sol sem Dó
- ‘HAWWWAH’ é um espetáculo multimídia que propõe diversas narrativas, do cinema, vídeo, dança, teatro, luz, poesia, música instrumental, canto e eletrônica. Com cerca de uma hora de duração, o espetáculo faz menção à história de Eva, do livro de Gênesis, remetendo-a aos nossos dias, à imagens verossímeis e líricas do nosso cotidiano, especialmente às relações interpessoais emergentes do tempo e do uso da internet.
Galpão da Gambôa: Galpão da Gambôa
Dias 9 e 10 de Novembro- Unicas Apresentações – às 20h
Entrada franca