por Gilda Mattoso
Depois de exaltar o Rio propriamente dito em minha crônica anterior, venho falar de Itacoatiara, praia da região oceânica de Niteroi, onde passei o fim de semana com amigos e família.
Foi tudo uma feliz coincidência, pois Roberto, um de meus irmãos, comprou uma casa naquela linda praia já há quase um ano e eu, sempre em viagens de trabalho ou convidada por amigos para outros destinos, nunca arrumava tempo de ir conhecer. Pois bem: no Natal da nossa família, decidimos que estávamos nos vendo muito pouco e que iríamos nos reunir pelo menos uma vez por mês. Entao estabelecemos o domingo, 30 de janeiro, para a primeira (de uma série, espero) “Mattosada” como chamamos o encontro. Nesse meio tempo, Thereza Sodré, prima de minha filha e amiga querida, tinha umas bodas de amigos também em Itacoatiara , no sábado, e para não voltar tarde dirigindo( ainda mais sem poder beber!!!) resolveu reservar uma pousada lá mesmo, em Itacoatiara. Para a tarefa, incumbiu Claudia Paes, amiga nossa muito querida e perfeita para a empreitada, já que trabalha na Neltur(empresa de turismo da prefeitura de Niteroi) e conhece tudo sobre a cidade. Claudia fez a reserva e Thereza convidou-a a passar o fim de semana lá. Quando eu falei com ambas sobre a Mattosada, elas se animaram e me chamaram também para ir desde sábado e ficar com elas na Pousada Itacoatiara.
Sábado cedo, para evitarmos o calorão e o trânsito na ponte, zarpamos, Thereza e eu daqui do Rio, pegamos Claudia em Icarai e logo chegamos a Itacoatiara. Esta praia faz parte de minha adolescência e de todas as minhas amigas de Niterói. Quando era ainda criança, a estrada era ruim e custava-se muito a chegar. Logo melhoraram a estrada e passei minha adolescência indo a praia lá e indo a festas no Pampo, clube que fica nas areias. É, sem dúvida, uma das praias mais lindas que conheço e olha que eu conheço praia, lugar que amo quase tanto quanto minha mãe que se inspirava no mar para escrever e, cada vez que chegava a uma praia e deparava-se com aquela imensidão, suspirava: “E ainda há quem não acredite em Deus!!!” Tendo a pensar como ela e Itacoatira nos enche dessas convicções, já que é uma praia rara com mar bravio de um lado e manso de outro, ladeada por duas pedras enormes e com uma no meio que separa a mansa da brava. Em volta muita mata atlântica, casas lindas e bastante tranqüilidade, já que na entrada da praia, tem um posto policial, é proibido a entrada de ônibus e assim fica mesmo paradisíaca. A Pousada Itacoatiara pode constar de qualquer guia Relais & Chateaux e nos roteiros de charme das publicações de turismo. São apenas cinco quartos muito bem equipados com tudo que se quer: ar refrigerado, ventilador de teto, frigobar, roupa de cama de primeira, chão de cerâmica perfeito para casas de praia, todos os quartos dando para a piscina, pequena porém decente, com duchão e ainda sauna, ofurô, sala de massagem, muita tranqüilidade e uma café da manhã delicioso. Os proprietários são um caso à parte: o jovem e simpaticíssimo casal Roberta e Nelson Maia Forte Orlando, ele gente conhecida nossa. Eles são atenciosos, mas nada invasivos, deixando os hóspedes com a sensação de estarem em casa de amigos. Para quem quiser, eles fazem uma comidinha honesta pra almoço e jantar (aberto também para não hóspedes). Para completar, a pousada fica a uma quadra da casa do meu irmão, que almoça lá com frequência. Enfim, nos instalamos e zarpamos para a praia que estava cheia de gente bonita. Caminhamos pela areia, nadamos e de lá fomos almoçar em casa de Ana Monteleone, amiga também de longa data, que tem uma casa na estrada para Itacoatiara. Casa essa que queremos transformar num asilo para nós bem mais tarde, é claro, já que é plana, com piscina rasa, jardinzinho simpático. Lá encontramos outros tantos amigos e voltamos pra Itacoatiara ainda a tempo de um mergulho vespertino. Saimos da água as 20 h e o sol ainda estava se pondo. À noite estávamos mortas e ficamos na pousada vendo filmes e descansado (Thereza foi para as Bodas dela). No domingo, fomos à praia logo cedo, caminhando pelas pitorescas ruas do local , e partimoso para a “Mattosada”, que tinha churrasqueiro e tudo. A família foi quase toda e foi muito gostoso como sempre. Depois do churrasco, fomos muitos de minha família e amigos dar mais um mergulho. Saímos de lá ao cair da noite e chegamos em casa energizados e felizes por um fim de semana tão simples e tão gostoso.