por Bruno Cavalcanti
Um dos grandes hits do cenário teatral paulistano de 2016, Rodgers and Hammerstein’s Cinderella retornará à selva de pedra ainda neste ano de 2017 para uma nova temporada relâmpago. Serão cerca de quase dois meses (45 dias) em datas e teatro ainda a serem confirmados (especula-se que a produção aporte no Theatro NET SP, na Vila Olímpia).
A nova temporada contará com algumas alterações substanciais no processo criativo, que contava com a direção e a versão da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho. Após divergências profissionais entre os diretores e a produtora (leia aqui), o espetáculo receberá a direção de Tadeu Aguiar (Love Story), e uma nova versão para texto e músicas assinada pela dupla Bianca Tadini e Luciano Andrey (responsáveis pela versão de Jesus Cristo Superstar, de 2014).
Tadini, que interpreta o papel-título, é o único nome do elenco confirmado até então. Formado originalmente por nomes como Totia Meirelles, Bruno Narchi, Ivanna Domenyco, Giulia Nadruz e Raquel Antunes, o elenco principal ainda será escolhido para uma turnê que tem início em julho e deve se estender até o mês de outubro por capitais ainda não confirmadas.
Em conversa com esta santa coluna, Renata Borges, sócia-proprietária da Fábula Entretenimento, revelou que o processo de viagem com um espetáculo é uma tarefa árdua, mas que pode avalizar o sucesso de uma produção.
“É um projeto que, para ter sucesso, você precisa fazer temporada no eixo Rio-São Paulo e viajar. Caso contrário, parece que o espetáculo não vingou. É uma obrigação levar as coisas para os outros estados que sempre reclamam… porque ninguém tem um cuidado, ninguém quer trabalhar com fora do eixo”, avalia.
Mas a produtora também vê um senão importante: “Ao mesmo tempo em que temos essa demanda do público, às vezes você não encontra teatros adequados, é complicado de administrar. Você precisa adaptar o espetáculo para teatros de médio porte, porque os grandes estão no Rio, em São Paulo e em alguns poucos estados. Os outros não estão preparados! Não tem fosso, não tem ar condicionado pra orquestra, aí você precisa investir nessas adaptações… turnê dá trabalho. Os custos são altos, existem coisas como comida e estadia que chegam a ser mais caros que no Rio e em São Paulo. Existem vários fatores que fazem com que o produtor desista”.
Para a turnê, a produção contará com um número reduzido de músicos na orquestra (a original havia uma média de 16 profissionais) e um cenário diferente, mas, garante Borges, é apenas uma adaptação para um alvo mais alto: a fomentação e a democratização da cultura fora do eixo Rio-SP.
“A gente precisa começara a pensar que a cultura – e isso é uma necessidade que o próprio Ministério da Cultura tem exigido – precisa fomentar os outros Estados, precisa viajar, precisa dar acesso. Estamos trabalhando para isso”, finalizou.