por Reinaldo Paes Barreto
Em compensação, de uns 100 anos para cá é uma festa americana em todo o país.
Até porque, the business of América… is business…
Então, vamos vender abóboras e doces, de preferência os horripilantes!
Mas na sua versão ancestral, surgiu na Europa, centenas de anos antes de Cristo. Era um ritual dos Celtas, um povo que habitou a Grã-Bretanha e a França entre o ano 2000 e a ano 100 antes da era cristã. Para eles, a noite de 31 de outubro, data de comemorações, até hoje, indicava o início do SAMHAIN, uma importante celebração que marcava três fatos:
1) o fim da colheita
2) o Ano-novo celta
3) o início do inverno, a “estação da escuridão e do frio”, um período associado aos mortos.
“No Halloween, segundo a mitologia deste fantástico povo (celtas), era possível entrar em contato com o mundo dos desencarnados”, diz a historiadora Clare Downham, da Escola de Estudos Celtas, na Irlanda.
Curiosidade: na tentativa de acabar com esses festejos pagãos, o papa Gregório III consagrou o dia 1º de novembro para a celebração de Todos os Santos.
(Sucesso relativo), embora a própria palavra HALLOWEEN — originada de ALL HALLOWS EVE — quer dizer em versão livre, “véspera do dia de Todos os Santos”.
Mas a festa que se celebra nos Estados Unidos é basicamente uma festa para crianças, feita por adultos. E o tema « de face » são as bruxas e tudo o que mete medo : aranhas, ratos, morcegos, dentes de vampiros, lençóis brancos para fingir de fantasma e máscaras de monstros.
E por trás disso, há uma intenção de catarse. “Desmoralizar » a morte, superar o abandono, desmascarar o mundo sobrenatural: como nos contos infantis e nas cantigas de roda — antes de se tornarem incorretas (?)
Mas é, também, uma festa de doces. A começar pela manjadíssima abóbora, maçãs-do-amor (“envenenadas”), pirulitos embrulhados nas cores preto-laranja, ou embrulhados em papel branco com desenhos de uma carinha de fantasma ou caveira..
Por aí…
Só que aí os adultos entraram no jogo. Nos EUA e na Europa do norte, marmajos e marmajas vão para os bares fantasiados — numa espécie de Carnaval de feios.
E além dos drinques habituais, bebem … batida de sangue!
Ingredientes
•2 iogurtes naturais
•1 pacote de morangos ou amoras congelados
• Duas doses de vodka (pode ser cachaça ou qualquer álcool forte)
• Cubos de gelo
• Sorvete de fruta vermelha
O recado, no fundo, é sadio: o pior medo é o medo de vir a ter medo.
Reinaldo Paes Barreto
Diretor da Câmara Portuguesa do RJ
http://jblog.com.br/reinaldo.php