por Anna Ramalho
O Rei Guilherme saiu da Normandia, na França, no ano 1066, declarou uma guerra à Inglaterra, guerreou e levou o trono, que tirou do último monarca anglo-saxão do período, Haroldo II. Afrancesou o país que viria a ser da Rainha Elizabeth, cujos lordes e ladies passaram a ter comportamentos mais preciosos. Governou mais de 20 anos e, graças à proeza, ficou conhecido como Guilherme, o Conquistador.

Guilherme e eu na pandemia: ele veio me visitar para contar do novo trabalho no Metrópoles
Meu Guilherme também é um conquistador em todos os sentidos: pelas vitórias que vem colhendo no jornalismo e pelas sedutoras conquistas que faz de todos os corações e mentes com que cruza nas redações e nos salões da vida. Guilherme Amado – sem trocadilho, como dizia um graduado coleguinha dia desses – é o mais bem amado do jornalismo pátrio – e acaba de colher uma vitória expressiva: ganhou os dois prêmios a que concorria no Prêmio Comunique-se, tido e havido merecidamente como o Oscar do Jornalismo. Concorrendo com profissionais do calibre de Andrea Sadi, Monica Bergamo, Natuza Nery, levou os troféus de Melhor em Mídia Escrita e Melhor Colunista.
A velha tia aqui babou. Tenho lá minha importância na opção profissional do Gui, que desde menininho me vê às voltas com jornais, colunas, colegas poderosos, chefes exigentes. E notícia, notícia, notícia. Ele e sua irmã, a advogada Clara ( ela também brilhante, trabalhadora, interessante) são meus únicos sobrinhos nessa família micra que a mana e eu construímos e sempre estiveram por perto em todos os momentos.

Nosso programa predileto: livrarias. No caso, a Strand, em Nova York, em viagem de 2013
Desde pequeno, também, ele divide comigo a paixão pela leitura – já ficou com mais da metade da minha biblioteca, que aproveitou lindamente. Lá pelos 10 anos, já era cheio de opinião e tinha conversas muito sérias com nosso amigo Lula Vieira, uma das mais brilhantes inteligências que conheço. No casarão onde morava com a família em Jacarepaguá, nos domingos de verão, várias vezes ficava na piscina conversando comigo e com minhas amigas jornalistas – quase sempre Leda Nagle e Léa Penteado, que ontem relembrava a cena em post do Instagram.
Inteligente, estudioso, culto, mas nunca chato. O Gui é divertido, tem senso de humor, e hoje em dia – quando consigo estar pessoalmente com ele, já que mora em Brasília – fico até agoniada de ver como e em que velocidade trabalha nesses acelerados tempos de redes sociais e que tais. Nosso assunto predileto é meter o pau “naquele que não se menciona”, nosso indigente presidente, o rei da truculência e da boçalidade. Ele já agrediu nomeadamente o Gui em uma de suas abomináveis lives. Particularmente, acho uma honra ser objeto de ódio do traste.
Enquanto ele põe aqueles maus bofes pra fora e a cada dia surpreende com mais uma declaração boçal, meu sobrinho vai colhendo mais vitórias. O que não me espanta; afinal, aos 28 anos, ele faturou um Prêmio Esso – o mais antigo e valioso troféu da nossa área. Hoje está com 35, as estatuetas começando a se enfileirar na estante. Mas isso não o afeta em sua simplicidade. Nem no modo gentil e atento com que trata todos com que cruza na vida.

Muito orgulho desse premiado jornalista que é o meu sobrinho Guilherme Amado, aqui com os troféus que recebeu ontem na cerimôniado Prêmio Colunistas, em São Paulo
Parece corujice. Pode até ser. Só que quem me conhece bem sabe que sou “isentona” na hora de criticar – não livro nem a minha cara.
Guilherme Amado merece todas as glórias. É um homem sério, digno, um operário da notícia. Ele me faz lembrar o meu ídolo, meu mestre, meu santo padroeiro, Ricardo Boechat. O mais formidável repórter que conheci na vida, o maior polemista, o superlativo comunicador – a grande e eterna ausência.
Agora, sim, acho que o Gui pode medir o tamanho do meu orgulho e da minha admiração.
Isso é só o começo, querido. Brilha e arrebenta!