por Maria Clara Amado
Essa semana recebi inúmeros e-mails de futuras mamães preocupadíssimas com a resolução normativa nº 368, da Agência Nacional de Saúde(ANS), que pretende estimular o parto normal nos planos de saúde.
Questão interessante, e que particularmente me afeta, já que estou grávida do meu segundo filho, previsto para nascer no fim de outubro.
Há quatro anos estava grávida da minha filha, Alice. Na época, me consultei com pelo menos seis obstetras até chegar ao meu querido Dr.Sérgio Medrado. Todos os anteriores foram categóricos (inclusive minha ginecologista da vida inteira) em dizer que não fariam parto normal porque o plano de saúde pagava uma “miséria” e os riscos de ter que sair na calada da noite, sem qualquer previsão, não valiam os honorários pagos.
Achava um absurdo, já que o compromisso de um obstetra deveria se sobrepor a essas questões. Ao mesmo tempo, tentava me colocar no lugar do médico , tão mal pago no nosso país.
Agora, a questão deve ser encarada com mais consciência por ambos os lados. Tanto médicos como gestantes deverão rever seus pré-conceitos a respeito do parto normal e da cesariana.
O grande medo das gestantes é de serem obrigadas a terem seus filhos por parto normal. Desde já, digo que não há necessidade para pânico, pois mesmo quando a mulher optar por cesárea, mesmo tendo condições de fazer parto normal, os planos de saúde cobrirão o procedimento.
O que muda com a resolução é que a gestante deve assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em que declara que está ciente dos riscos associados à cesárea. Esse termo deve ser anexado ao relatório médico sobre o parto, que será entregue à operadora de saúde para que o médico receba seus honorários pela cirurgia.
A resolução deve ser encarada como um incentivo ao parto normal, já que na maioria das vezes a cesariana acaba sendo a opção mais cômoda e conveniente para o médico e para o hospital.
O parto normal deveria ser sempre a primeira escolha, mas nem sempre é possível (como foi o meu caso). O médico é a pessoa mais indicada para dizer qual é a melhor opção para cada mulher.
Espero que tenha acalmado o coração das futuras mamães. Fiquem tranquilas. Confiem em seus médicos, leiam bastante sobre os benefícios do parto normal e se me permitem uma dica valiosa: entreguem nas mãos de Deus.
Boa hora a todas as futuras mamães.
Maria Clara Amado é advogada e sócia do escritório Abreu & Amado advogados.