por Carlos Monteiro
Hoje acordei disposto a discordar dos poetas. Sim, discordar, ainda que isso possa parecer um tremendo absurdo. Com toda licença, a licença poética, meus versejadores queridos, mas preciso discordar, se faz necessário…
Discordo de você, Vininha quando poetiza: “As muito feias que me perdoem/Mas beleza é fundamental. É preciso/Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso/Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de 𝘩𝘢𝘶𝘵𝘦 𝘤𝘰𝘶𝘵𝘶𝘳𝘦…”. Não, querido Bardo Maior, com todo respeito e admiração que tenho a você, não há uma ‘Receita de Mulher’, elas não são uma simples ‘fórmula’ dividida em quantitativos que, misturados em ‘modo de preparo’ se fazem existir. Não mesmo, meu poetinha.
Não existem as muito feias, ou as muito bonitas; as muito magras ou as muito gordas; as muito baixas ou as muito altas; as de cabelos longos ou de cabelos curtos, as assim ou assado… ‘Tá’, eu entendi que isso é um simbolismo utópico, não quero ser chato ou intransigente. Já comentei: minha admiração por você transcende a qualquer coisa. Te vejo como um deus no Olimpo de Apolo, te vejo como o próprio, grande parceiro de Orfeu, que deu Tom ao Brasil – sonoro e matizado. Meu querido vate gigante, o que existe nestas mulheres enumeradas?
— Mulheres!
Elas são seres humanos, são mulheres, sempre deslumbrantes, não importa de que forma, formato, altura, peso, tom dos olhos, dos cabelos, da pele. Sempre lindas, sempre vivas, sempre mulheres!
O importante é o que está nos olhos, no olhar tenro e eterno. Vininha, a beleza tem que ser fundamental no olhar, naqueles olhos cor de jade, mel, jabuticaba, âmbar, sapoti, violeta, mar, olhar, no olhar. Vininha, você reparou no olhar? Você que amou e amou e foi tão feliz ao lado e do lado delas. Que se entregou, que se deu por completo, observou no brilho que há em cada olhar? Percebeu a ternura que existe em cada um deles? Entendeu as respostas contidas em cada simples pestanejar? Atentou como um olhar cândido pode tudo? Você reparou como um olhar pode significar tudo? E, como significa!
Gil encantou com:”… Quem sabe/O Super-homem venha nos restituir a glória/Mudando como um deus o curso da história/Por causa da mulher…”. Vininha, você que tantas vezes mudou o rumo da história, já percebeu “…Um sexto sentido/Maior que a razão, (que elas têm?)/Gata borralheira/Você é princesa…” – Rita Lee e Roberto de Carvalho. Elas nunca perdem a majestade, não importa em que circunstâncias, jamais perdem a majestade. São deusas no Olimpo maior chamado amor.
Desta vez, meu caro amigo, vou ficar com os ensinamentos do Chico, aliás você já reparou, o quanto elas gostam dele? “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem/Que é pra (me) dar coragem/Pra seguir viagem/Quando a noite vem…”. Quero estar rabiscado por lá, numa eterna “prova de amor”, marcada em minha pele.
E o Rei? Porque tem que ser assim, inteiro, completo “Abrindo os braços pra se guardar/Que eu todo vou me entregar…”.
Vininha, vamos amá-las, empoderá-las, vamos dizer que são ‘bonitas e gostosas’ freneticamente sempre.
Vamos cantar para Camilas, Annas, Julias, Bárbaras, Amélias, Bebetes, Jennifers, Helenas, Irenes, Sônias, Carolinas, Lígias, Doras, Evas, Marias, Odaras, Lucianas, Teresas, Carlas, Janaínas, Fátimas, Floras, Renatas, Alessandras, Veras, Celinas, Paulas, Joanas, Manus, Adelaides, Berenices, Monalisas, Doras, Marinas, Iracemas, Gabrielas, Adrianas, Euviras, Kátias, Flávias, Doralinas, Sorayas, Cristinas, Eleonoras, Sandras, Rosas, Madalenas, Maris, Margaridas e todos os outros nomes que o dicionário possa comportar, vamos bradar sempre aos quatro cantos:
Eu vejo flores em vocês!