Não tem Bolsa Família, Comissão da Verdade nem Programa de Combate ao Crack. Interlocutores da presidente Dilma Rousseff se impressionam com a obsessão da presidente com um só tema: a economia. “De manhã, de tarde e de noite, ela só pensa nisso. Como fazer o país crescer, como ter mais investimentos, como fazer o PAC andar. O resto é o resto”, conta um ministro que cuida de uma área que nada tem a ver com a preferência da presidente.
O gosto pelo assunto é tamanho que Guido Mantega é procurado pelo menos duas vezes ao dia. Ao contrário de Lula, que entendia pouco a numeralha apresentada pela equipe econômica do governo, Dilma entende e volta e meia sabatina os secretários-executivos, assessores e técnicos da Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento.
Por trás de tanto zelo, há quem veja um movimento político. “É a economia que sustenta a popularidade dela. Enquanto o país for bem, ela surfa na aprovação popular, até maior do que o Lula teve. É isso que permite a ela bater a porta na cara de quem ela quiser”, defende o mesmo ministro. Coincidência ou não, em pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Ibope, 77% dos entrevistados consideraram sua gestão ótima ou boa.