A Revista de História da Biblioteca Nacional de abril traz entrevista exclusiva com o poeta Marco Lucchesi, o mais jovem imortal eleito na Academia Brasileira de Letras – aos 47 anos, em 2011. Na conversa, Lucchesi fala sobre seu trabalho de levar literatura às prisões. “Explico que há sempre uma única humanidade, não há dois hemisférios de humanidade, e aí a gente começa a conversar. Conversamos com a delicadeza possível, cada qual dentro do seu próprio mundo, produzindo imagem de si mesmo num discurso ficcional e biográfico”.
Lucchesi conta ainda da sua relação com a literatura desde a infância: “Pensava nas meninas que me encantavam, e eu nem sabia que já estava conjugando Baudelaire. A beleza daquela menina, com o cabelo esvoaçante, que cruzava a esquina e eu a perderia pra sempre. Quantas imagens femininas eu perderia pra sempre? Nunca quis perder isso. Eu lia Dostoievski chorando, com 12 anos, e olhava pra dentro da minha realidade”.