por Anna Ramalho
Por sorte, tenho um lado criança muito forte. Nessas horas de desgraça total, de mortes inesperadas, de perda de amigos queridos, não tenho deixado a peteca cair – quando a dor fica insuportável, saio atrás do meu erê ( como dizem no candomblé) brincalhão para levantar o astral. As tristezas ficam bem mais suportáveis à medida que envelhecemos. Minha avó dizia isso e é a mais pura verdade. Na juventude, a morte de um amigo sempre terá as cores e o som de uma tragédia grega. Na maturidade, enxergamos a velha senhora com olhos mais espertos, talvez por sabermos que dela, cedo ou tarde, não escaparemos. É a única certeza que temos, aliás.
Mas levantar o astral tem sido uma tarefa a cada dia mais difícil. Na semana que passou, foi-se a minha bela e querida Mírtia Gallotti, que duas semanas antes participava alegremente da live que fiz com sua nora, a jornalista Maria Beltrão. Morreu de repente. A blessing in disguise, como dizem os ingleses.
Mais tragicamente, dois ou três dias antes da Mírtia, partiu o Júnior Calmon, figura divertida e inteligente, com quem compartilhei muitos momentos alegres na fazenda do Catito, em Rio das Flores. Júnior cansou de viver e preferiu partir. Fiquei triste.
Ainda assim, e como hoje, 26, é Dia de Ação de Graças, dou graças a Deus. Estou bem, minha família está bem, os amigos/irmãos, compadres e afilhados, tudo em cima, tudo certo. E amanhã, 27, é dia da live do barulho, que faço no Facebook com meus hilários amigos Gilda Mattoso e Aloisio de Abreu todas as sextas feiras há 19 semanas. Nós rimos muito – e a audiência também. Tem gente rindo em Paris, em Sampa, em Porto Alegre, em Miami, em Lisboa. Neste triste e trágico tempo de coronavírus, conseguimos essa proeza de reunir amigos para gargalhar. Ficou curioso (a) (es)? Vai lá. É Na página Anna Ramalho do Facebook, aberta a quem quiser participar.
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As lives têm sido a minha salvação. Nessa que é pra rir e nas demais que faço no Instagram, nunca estou sozinha enquanto converso com pessoas tão inteligentes e interessantes – artistas, socialites, empresários, políticos, compositores e cantores. Uma verdadeira festa! Lamento não ter descoberto na juventude essa minha vocação de entrevistadora ao vivo. Poderia ter feito televisão em vez de colunismo. Enfim, antes tarde do que nunca. Já penso em um canal no You Tube. Quem quiser assistir ao vivo as entrevistas é só acessar @annaramalhojornalismo no Instagram e na página Anna Ramalho do Facebook – sempre às 19:30 h.
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Que ano!
Escrevo no dia 26 de novembro – ainda faltam 35 dias para desembarcarmos deste 2020 nefasto. Tenho muita Fé de que entraremos com o pé direito em 2021, certamente o mais esperado deste século em todo o planeta.
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Com a virada, ficaremos a dois anos do desembarque de Jair Bolsonaro. É tempo demais pra aguentar tanta boçalidade, tanta incompetência. e tanta campanha para reeleição. Mas prefiro esperar. Que saia, vá e não volte. Encarar o general Mourão de presidente não é das coisas mais apetecíveis ( acabo de ver a figura dando uma entrevista para os telejornais com a máscara do Flamengo no rosto… Disgusting! Por que não uma máscara preta e discreta?).
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Adiós, Dieguito. O campo no céu tem as cores da Argentina e tenho cá pra mim que você consegue driblar São Pedro e marcar muitos gols com sua potente canhota. Combina com o Garrincha. A galera celeste vai delirar.
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No domingo, queridos amigos, nada de praia e preguiça. É dia de votar. Não dá pra correr risco: é apertar 25 e confirmar. Volta, Dudu!
#foracrivella!!!!!!!!