por Bruno Cavalcanti
Na noite de sexta-feira,11, foi anunciada em matéria no portal da revista Veja SP a escalação da atriz e cantora Débora Reis para viver Hebe Camargo no musical biográfico que o diretor Miguel Falabella prepara para estrear em outubro, no Teatro Procópio Ferreira.
Hebe – O Musical, que tem como uma das bases a (boa) biografia escrita pelo jornalista e colunista do jornal O Globo Arthur Xexéo, contará parte da trajetória da apresentadora que entrou para a posteridade como a rainha da televisão brasileira, e que trabalhou até perto de sua morte, em setembro de 2012, graças a um câncer no peritônio.
Escolhida entre 35 candidatas, Débora Reis, atriz e cantora carioca radicada em São Paulo, abocanhou o papel da rainha da televisão pela segunda vez. Antes, já havia interpretado Hebe no musical Rita Lee Mora ao Lado, espetáculo baseado no livro homônimo escrito pelo paulista Henrique Bartsch, que cumpriu temporada em 2014, com Mel Lisboa no papel da rainha do rock.
Mas a cantora é uma velha conhecida das produções musicais. Ajudou a formar a Oficina dos Menestréis com Oswaldo Montenegro, e estreou o espetáculo Noturno, em 1991, escrito pelo compositor. Depois, participou da icônica montagem de Hair ao lado de Thalma Freitas e sob a direção de Jorge Fernando.
Em 2000, ganhou o icônico papel de Bete Balanço no musical Cazas de Cazuza, de Rodrigo Pitta ao lado de nomes como Vanessa Gerbelli e o cantor Jay Vaquer. E foi no mesmo ano que lhe surgiu o convite que levaria boa parte de sua carreira e ajudaria a redefinir seu caminho.
Após cair da varanda de sua casa na década de 90, quebrar o maxilar e precisar reaprender a cantar, Rita Lee já sentia o peso da operação. Após uma curta turnê de seu controvertido Acústico MTV, a cantora voltou ao estúdio para registrar seu novo disco, no qual flertava com a música eletrônica.
Na turnê de divulgação do álbum 3001, a cantora convocou a então atriz de musicais para lhe dar um suporte na voz, que já demonstrava alguns sinais de cansaço pelos excessos ao longo das décadas e pelos 53 anos a serem completados naquele ano.
Com exceção da turnê Yê Yê Yê de Bamba, de 2001, Débora fez parte da trupe de Rita Lee por 14 anos em todos os shows que a roqueira mais pop do Brasil realizou tanto no país quanto no exterior, e reinventou uma carreira que, financeiramente, dava-lhe um suporte mais sólido cantando com nomes como Paulo Miklos, Otto, Milton Nascimento e Skank, além de substituir a ex-chefe na trilha de abertura do programa de entrevistas de Marília Gabriela no SBT durante seis anos.
Ao final do ano de 2012, quando Madame Lee pegou o público (e abanda) de surpresa ao anunciar sua aposentadoria dos palcos, Débora mais uma vez se reinventou e entrou para o mundo da maquiagem e do lifestyle com o site Beleza Comprada, que lhe rendeu um batom com sua própria marca. Luxo só.
Nos anos que seguiram, a cantora compôs o elenco do supracitado Rita Lee Mora ao Lado, cantou para Zizi Possi no projeto Notas Contemporâneas, do Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, fez uma ponta na série “Zé do Caixão”, protagonizada por Matheus Nachtergaele e se tornou uma cat lover, com a adoção de bichanos que levam os nomes de Gal e Gil.
Cantora, atriz, compositora, Débora Reis dará um novo passo numa carreira marcada por reinvenções ao dividir com a cantriz Carol Costa o papel de rainha da TV no espetáculo que estreia em outubro e deve cumprir temporada até dezembro no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, sob a direção de Miguel Falabella. Quem viver…