por Rogeria Gomes
Cauby é um ícone da música popular brasileira, isso não há dúvida. Marcou época e gerações. Conquistou um público fiel que poucos artistas de sua época ou fora dela conseguiram. Sua história, com tantas peculiaridades e relevância só poderia ser contada de forma realmente interessante e bem feita. Diogo Vilela, ator muitíssimo talentoso já viveu Cauby há dez anos passados em outro musical, que tal qual a história de Cauby marcou presença no cenário teatral. Diogo é veterano na cena brasileira, com memoráveis papéis encenados e prêmios na bagagem. Em comemoração aos seus 48 anos de carreira o ator volta aos palcos com nova montagem do espetáculo, revisitado, que também cumpre o caráter homenagear Cauby.
A idéia central é relembrar a vida desse artista que nasceu em Niterói, com infância pobre e se tornou um show-business brasileiro, dono de estilo e voz que o marcaram pra sempre. Sua trajetória artística se contrapõe com sua discretíssima vida pessoal. Na carreira encontrou um empresário, Di Veras, que exerceu forte influencia na sua carreira e na maioria de suas decisões ao longo de sua caminhada artística e muitas vezes na pessoal.
A linha narrativa da peça é construída a partir da concessão de uma entrevista da secretária pessoal do cantor, Nancy, belamente interpretada pela talentosa e versátil atriz e cantora Sylvia Massari, a alunos aspirantes a jornalistas. Num vai e volta no tempo, remontando os grandes sucessos musicais de Cauby, a peça conquista o público especialmente pela vigorosa e competente interpretação de Diogo Vilela. Todo elenco compõe o espetáculo com segurança, cantando e interpretando com habilidade. As atrizes cantoras Sabrina Korgut, Aurora Dias e Ryene Chermont, colaboram bastante com suas potentes interpretações de Ângela Maria, Lana Bittencourt e Emilinha Borba. Todos são acompanhados por uma afinada banda composta por cinco músicos com arranjos muito bem elaborados. A direção musical é de Liliane Secco, cenário e figurinos de Ronald Teixeira, a luz é assinada por Maneco Quinderé e coreografia de Tania Nardini. Todo esse time é dirigido pelo próprio Diogo e por Flávio Marinho, exímio dramaturgo, que também assina o texto ao lado de Diogo.
Falar de Cauby é rememorar a história e trajetória da música popular brasileira em seu momento áureo, de transformação de conceitos e estilos, portanto, um espetáculo que resgata um artista desse porte e essa época tão singular, merece ser aplaudido.
- Teatro Carlos Gomes : Praça Tiradentes, s/n – Centro-RJ
- Quinta a Sábado 19h e Domingo 18h
- Faça seu comentário (email abaixo) sobre a importância de Cauby e do trabalho de Diogo Vilela e concorra a um par de convites.
‘Bate Bola com Norma Blum’
- Seu início na vida artística foi ao lado de seu pai na TV, ajudando em aulas de inglês. Quais as suas melhores lembranças desse início de carreira?
- Minhas melhores lembranças são o fascínio por esse novo meio de comunicação e com a repercussão pública nas ruas desde a primeira aula que foi ao ar. As aulas eram muito dinâmicas, com cenas de peças inglesas e americanas interpretadas pelos melhores alunos do meu pai e por mim. Assim acabei descoberta como atriz por Jacy Campos e estreei no programa CÂMERA UM fazendo o personagem principal na peça NOSSA CIDADE do autor americano Thornton Wilder. Em português, claro. E foi meu primeiro cachê. Depois fui contratada pela TV Tupi e participei de inúmeros tele teatros da época. As instalações eram precárias no início, o estúdio era da Rádio Tamoio, minúsculo. Mas fazíamos tele dramas incríveis com os parcos recursos. Depois a emissora se mudou para o antigo Cassino da Urca onde contamos com mais estúdios e até um auditório com palco e balcão. Durante dez anos não havia vídeo tape na TV Tupi, só chegou no Brasil por volta de 1962. Então tudo era ao vivo. Eu e Cláudio Cavalcanti, os dois adolescentes da casa fazíamos todos os programas que precisassem de jovens.
- Qual foi a novela? Lembra seu personagem?
- A primeira novela foi A CANÇÃO DE BERNARDETE, estrelada por Aracy Cardoso no papel principal. Meu papel era a da santa que aparecia na gruta para os três pastorezinhos.
Fez muito sucesso. Mas fui chamada para a novela porque já fazia programas infantis, Teatro de Comédias, e outros programas da casa.
- Você que é veterana e respeitada atriz, com uma bagagem reconhecida, fazendo uma análise, quais as principais diferenças que destaca do tempo que iniciou para hoje?
- Indiscutível a diferença entre fazer programas ao vivo quando muitas vezes ocorrem imprevistos e os atores precisam improvisar para salvar as situações. O começo do vídeo tape foi sofrido porque não tinha edição. Se houvesse uma falha num dos blocos, tínhamos que gravar do começo tudo de novo. Hoje temos recursos de cinema e infinitas possibilidades tecnológicas. Mas fazer ao vivo tinha uma adrenalina maravilhosa, além de um treino incrível para a memória. Minha escola de interpretação começou na TV, nessa época porque eu fazia uns quatro ou cinco personagens por semana, entre infantis, comédias, dramas, etc… As adaptações do GRANDE TEATRO TUPI que ia ao ar às segundas feiras à noite, com direção de Sérgio Brito e Fernando Torres, eram baseadas nos grandes autores de teatro e de livros internacionais e nacionais. Foi uma gama incrível de experiências contracenar com eles e com Fernanda Montenegro, Natália Thimberg, Ítalo Rossi, Zilka Salaberry e muitos outros monstros do teatro. Eu frequentava teatro o tempo todo e li todos os clássicos nessa época, mesmo antes de começar minha carreira no teatro aos dezoito anos.
- Como está sendo a sensação de se rever em duas reprises ‘Celebridade’ e ‘Sinhá Moça”, ambas novelas de sucesso?
- Estou muito feliz com as reprises. Não consigo assistir todos os dias mas é uma delícia rever SINHÁ MOÇA que tinha um elenco maravilhoso e uma trama forte. CELEBRIDADE foi uma oportunidade de fazer comédia na segunda fase do personagem. E trabalhei ao lado de atores e atrizes queridos até hoje. Gostaria imenso de poder rever CIRANDA DE PEDRA, ESCRAVA ISAURA, BAMBOLÊ, VEJO A LUA NO CÉU e outros clássicos.
- Personagem inesquecível?
- Meu personagem inesquecível é sempre aquele que estou fazendo no momento. Apaixono-me intensamente pelos personagens que interpreto, mesmo os menores e os mais simples.
O público mais antigo lembra até hoje de meus personagens em SENHORA, CIRANDA DE PEDRA (uma vilã), a Malvina de ESCRAVA ISAURA.
- Sua palavra de ordem como atriz?
Seja ator ou atriz apenas se tiver uma paixão incrível pelo teatro. Estude sempre, leia tudo desde jornal até literatura de qualidade. A profissão de atriz é uma obra aberta, um processo de aprimoramento que nunca acaba.
- Um sonho profissional?
- Voltar a trabalhar como atriz, um novo personagem desafiador, fazer cinema novamente, pisar nos palcos com um bom espetáculo. TRABALHAR de novo porque minha alma adoece quando estou parada.
‘Boas da Cultura’
‘Martinho da Vila em Tom Maior’
Com 8.0 recém feitos de uma vida dedicada ao samba, ou melhor, ao bom samba, Martinho da Vila, mestre nesse quesito, comemora em grande estilo dedicando seu recente trabalho a sua escola de coração; Unidos de Vila Isabel, em que mistura clássicos e músicas desconhecidas.
O disco “Alô Vila Isabeeeel!!!”, presta bela homenagem e ajuda a guardar a memória dessa escola que tem seu lugar no samba carioca, reafirmando, a máxima de Martinho que ‘o berço do samba é em Vila Isabel’.
Em 13 faixas, sem qualquer egoísmo, Martinho abre espaço para intérpretes da Vila Isabel cantarem e, como sua casa é casa de bamba, conta também com participações das filhas Mart’nália, Maíra, Analimar e Juju Ferreirah, do filho Martinho Antônio e dos netos Guido, Raoni e Dandara.
Há regravações de sambas de Martinho, de Noel Rosa, sambistas da vila e três sambas-enredos vencedores, sendo “Kizomba, Festa da Raça” o grande destaque da obra. A pianista e filha do compositor, Maíra Freitas, adaptou a música para um samba-jazz, dando uma nova cara para a canção. No entanto, embora tenha bons arranjos e seja uma justa homenagem, “Alô Vila Isabeeeel!!!”, com 25 sambas divididos em 13 faixas, deixa de certa forma, o desejo de se desfrutar um pouco mais de Martinho e suas composições tão inspiradas.
A esse artista singular, generoso, que homenageia sua escola de coração com este trabalho, é na verdade, ele, o merecedor de todas as homenagens.
Por Pietro Reis
- ‘A Vida Passou Por Aqui’, aborda com muita sensibilidade a história de amizade entre dois amigos, um homem e uma mulher, de mundos opostos que desenvolvem um relacionamento de profunda parceria e amizade. O texto é de Claudia Mauro que interpreta a personagem principal, uma senhora que após um AVC convive e relembra de sua história ao lado de seu grande amigo, vivido por Edio Nunes. Ambos em excelente performance.
*Teatro dos Quatro :– R Marques de São Vicente-52 – Shopping da Gávea
* Terças e Quartas às 21h
- ‘Viva Elizeth Cardoso’ é a homenagem que a cantora e atriz Isabela Bicalho faz a grande diva da música popular brasileira. No espetáculo Isabela canta clássicos imortalizados na voz da homenageada e conta histórias importantes de sua vida e carreira. Única apresentação.
* Restaurante Visu: General Garzon, 22- Jardim Botanico- RJ
Dia 01-03 às 20.30h
- “Thriller Sinfônico” é a proposta inédita da Orquestra Petrobras Sinfônica pois é a primeira vez que uma orquestra apresenta o famoso disco de Michell Jackson na íntegra. As apresentações anteriores foram todas esgotadas e a Orquestra repete o feito em única apresentação. Os arranjadores brasileiros Marcelo Caldi, Mateus Freire e Jessé Sadoc assinam a adaptação de sucessos como “Beat It”, “Thriller” e “Billie Jean”, apresentadas por 54 músicos, sob regência de Felipe Prazeres.
Teatro Vivo Rio : Infante Dom Henrique 85 – Flamengo / RJ
25 de fevereiro às 16h
- ‘Isaac no mundo das Partículas’, espetáculo musical baseado no livro homônimo da autora blogueira e professora de física Elika Takimoto. A idéia da peça despertar a criançada para a ciência. O espetáculo é inspirado no personagem Ziggy Stardust, do David Bowie, mas as músicas são originais. A direção é de Joana Lebreiro e o protagonista é vivido por João Lucas Romero – os dois trabalharam juntos já no premiado Bisa Bia, Bisa Bel.
*Teatro Oi Futuro: Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo
* sábados e domingos, às 16h
- ‘Para Onde Ir’, construído a partir do personagem Marmieládov, do romance Crime e Castigo, escrito pelo russo Fiódor Dostoiévski o monólogo, é adaptado por Yashar Zambuzzi, que também assume como o monólogo.
Trata-se de um drama que aborda história de um funcionário público, que após perder o emprego, entrega-se ao vício do álcool. Numa taberna ele acompanha a chegada dos fregueses e aproxima-se ora de um, ora de outro, para contar-lhes as dificuldades que passa por conta do vício, a necessidade de sustentar sua família e as desventuras de sua vida.
*Teatro Laura Alvim : Sala Rogério Cardoso – Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema
Sexta e sábado às 19h, domingo às 18h.
- ‘Gritos’ em uma atmosfera onírica, de três poemas que compõem o espetáculo e são revelados por meio de uma partitura gestual sutil e minuciosa. Inspirada em temas da atualidade, nas pessoas invisíveis na sociedade, o preconceito, o desprezo, os refugiados a guerra e o amor permeiam os três poemas gestuais – os três gritos se entrelaçam na encenação. A peça é premiada e esta em cena Artur Luanda Ribeiro e André Curti, integrantes da Cia Dos à Deux.
*Teatro Dulcina -Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia
Quarta a domingo, às 19h
- ‘Sitio do Pica Pau Amarelo’, clássico da literatura infantil, chega ao teatro e um grande aventura quando a boneca de pano Emília ganha vida e se mete em muitas trapalhadas ao lado de seus amigos Narizinho, Pedrinho, Visconde de Sabugosa, Rabicó e do Príncipe das Águas. Tudo isso acontece sob os embalos das canções do “Sítio do Picapau Amarelo” executadas por uma banda ao vivo.
*Teatro dos Quatro – Shopping da Gávea – R. Marquês de São Vicente, 52 – Gávea, RJ .
Sábados, Domingos e Feriados, às 17 h
‘Felicidade e Liberdade: Leandro karnal’ : Filósofos e teólogos buscaram uma resposta sobre as relações entre a liberdade e a felicidade. Os valores sobre o que define uma vida bem-sucedida variam bastante. Nessa palestra o filosofo Leandro Karnal analisa diversas propostas sobre a liberdade humana e pela busca de um mundo de significados reais.
*Teatro Bradesco Rio – Avenida das Américas, 3900 – loja 160 –
Shopping VillageMall – Barra da Tijuca
28 de fevereiro e 1 de março
Quarta e quinta, às 21h
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