Bruno Astuto é um ser especial – e, tal qual aquela propaganda das antigas, recusa imitações. É multimídia e multimilhas (nunca vi viajar tanto!), dá conta de colunas on line e impressas, reportagens enormes para a Vogue, cobre todas as semanas de moda mundo afora, participa do programa de Ana Maria Braga, é figura carimbada em todas as redes sociais, um cristão de peso, de muita fé e muita oração, é palestrante de sucesso, formador de opinião da pesada, e ainda dá conta de ser um marido apaixonado e muito parceiro de seu Sandro Barros. Como se não bastasse tudo isso, é um amigo que não falha jamais, sempre com aquele sorrisão escancarado para a vida.
Se há alguém que mereça tanto sucesso, este alguém é o Astuto, que adora um feijão preto, desfilou na Grande Rio e ainda chora de emoção com a beleza do Mosteiro de São Bento, onde estudou.
A cara do Rio
A praia lotada e os desfiles das escolas de samba, os dois ambientes mais animados do mundo.
A imagem do Rio
Vou escolher duas: a Lagoa, que considero a paisagem mais linda do mundo, e os Dois Irmãos fotografados da praia num dia de outono, a estação com a minha luz preferida.
O que me faz falta no Rio
Um lugar legal para levar os amigos para dançar. Ninguém acredita que a cidade que teve Régine’s, Castel e Hippo hoje só tenha barzinhos ou nights de adolescentes mal saídos das fraldas.
Rio antigo
O Mosteiro de São Bento, onde fui praticamente criado. Choro toda vez que piso lá.
Rio de hoje
A Barra e o Recreio. Como nenhum engarrafamento me intimida, vou e volto com a maior naturalidade. Só faço shopping no Village Mall, por exemplo, porque tenho horror a ambiente fechado, sem luz natural. Cada vez que vou a Barra, fico passado com o crescimento. Só não gosto daqueles prédios mondrongos, enormes. Tudo deveria ser meio como o Jardim Oceânico.
Rio do futuro
Espero que uma cidade menos partida. A favela descendo, o asfalto subindo, a Zona Sul abraçando a Zona Norte e todo mundo se encontrando num Centro de casarios recuperados.
Não podia ter acabado
Sinto saudades dos cinemas de rua, do América, do Carioca, do Palácio.
Tem que ter
Saúde, limpeza e decência nos preços, porque daqui a pouco isso vai virar um gueto de milionários, o que não poderia ser mais chato.
A comida do Rio
Todos aqueles bolinhos maravilhosos de botequim e feijão preto! Preciso de feijão preto como de oxigênio e no resto do país só tem o manteiga – que eles chamam de carioquinha, vê se pode.
A bebida do Rio
Uns sucos bem doidos que eu peço para fazer no BB Lanches. E água de coco – no coco, claro -, comendo a carne com a colher que o vendedor do quiosque fabrica para você.
O seu restaurante no Rio
Antiquarius. Tenho até um babador com meu nome bordado lá e um quitute: enroladinho do Bruno e da Hebe (bacon com tâmara, um perigo).
O seu bar no Rio
Não bebo e tenho horror a bar. Prefiro ir direto ao ponto: ao jantar.
E quando chove no Rio?
De verdade? Eu saio na rua para pegar um pouco de chuva. Amo essa sensação.
A música do Rio
Sambas, mas só os antigos, de raiz.
Escola de samba
Grande Rio.
Time de futebol
Só fui ao Maracanã para assistir aos shows da Madonna.
Menino do Rio
Thiago Martins: garoto talentoso, criado na favela, cantor dos bons e rato de praia.
Menina do Rio
Minha afilhada Laura, filha da Glória Maria, de 4 anos. Outro dia dei para ela uma roupa de princesa Frozen e ela detestou. Me pediu uma prancha de surfe. É ou não é uma menina do Rio?
Um (a) carioca que deixou saudade
Dona Zica. Eu adorava bater papo com ela. E minha madrasta, Angélica Wantuil, que durante 35 anos liderou o mais bonito projeto educacional para crianças com deficiência. Os pais andam desamparados hoje.