Quando Reginaldo Laureano Bispo, 63 anos, o mestre Régis, toca seu apito não há mulher que não trema dentro do ensaio das Filhas de Gandhy, a versão feminina do tradicional bloco soteropolitano criado em 1949 por estivadores liderados por Durval Marques da Silva, o Vavá Madeira. Mestre Régis é o único homem que atua na ala percussiva da agremiação, que este ano conta com o patrocínio do Banco Itaú. Marceneiro e pintor, ele é um amante nato da folia baiana, tendo iniciado os primeiros passos na festa ainda pequeno, quando saía no ombro de um tio para acompanhar o movimento pelas ruas de Salvador.
– Estou no Gandhy há mais de 50 anos e, paralelamente, também passei por várias escolas de samba da cidade, ora como passista, ora como mestre-sala ou mestre de bateria. Eu amo a festa percussiva que se espalha pela Bahia neste período, conta mestre Régis. As Filhas de Gandy foram criadas em 1979 para as mulheres que colocavam pé-firme e desejavam acompanhar os maridos no Carnaval. O bloco vem logo atrás do grupo masculino, fazendo a escolta da ‘homarada’.