por Aleluia, Hildeberto
Na noite de quarta feira dia 11 de setembro, a Globo News exibiu um longo e insinuoso programa de entrevista com o economista Armínio Fraga. Ex-presidente do Banco Central no governo FHC e tucano de alto coturno. Sócio de George Soros, aquele bilionário húngaro que tem preferência por investimentos em países governados por líderes populistas de esquerda e costuma fazer fortunas com tacadas rápidas e certeiras nas moedas desses países, Fraga expôs seus pontos de vistas com ironia, desdém e arrogância sem precedentes por mais de uma hora.
As melhores pratas do jornalismo da Casa se alinharam em reverência, tato, leniência e levantamento de bola para o brilho de Fraga. Em nenhum momento foi lembrada sua trajetória de parceria com Soros ao redor do mundo. Passou incólume sua participação como sócio do húngaro e de membros do board da Globo, inclusive em negócios agrícolas e ambientais, como os que possui na Bahia. Ficou claro que a entrevista não teve o molho de palavras que tornam relevantes os desafios para o entrevistado. Fraga soltou farpas e dardos envenenados na direção de todos os setores políticos, econômicos e sociais da vida brasileira e particularmente em direção ao governo Bolsonaro. Deixou passar conhecimento e arrogância nas respostas a perguntas que nitidamente pareciam certeiras e encomendadas para levantar a bola do entrevistado. Ora falou com ex membro do governo, noutra ora falou como se membro fosse do atual governo e na maior parte do tempo como um legítimo candidato a Presidente da Republica. Em certo momento, lá pelo quarto bloco da entrevista, adotou como sua a designação OBSCURANTISTA para adjetivar o governo fazendo o gosto de um dos entrevistadores. Suas flechas certeiras, envenenadas, se dirigiram especialmente na mira da atual equipe econômica. Poupou apenas o Ministro da Justiça, Sergio Moro, não sem lembrar que este vem sendo esvaziado e alvejado pelo atual Presidente em sua cruzada contra a corrupção e contra o crime de forma geral. Com muito respeito e ironia. Tudo no estreito figurino da Casa.
Quando a bancada evocou a questão da educação como primordial para o Brasil trouxeram o exemplo da Coreia do Sul como modelo a ser adotado pelo Brasil em reformas econômicas. Esqueceram, entrevistadores e entrevistado, do modelo de reforma da educação e da economia coreana que foi assentada e costurada em cima dos Chaebol!s , as sete famílias que dominavam o país coreano antes dele se tornar um tigre asiático. Antes da reforma. Esqueceram ou desconhecem as condições especais implementadas, inclusive com a mudança da constituição pelo condutor da reforma, Park Chung-Hee , contemporâneo, parceiro e amigo do nosso Roberto Campos quando juntos estudaram em Paris. Foi a partir da mão de ferro do senhor Hee e do enquadramento dos Chaebol!s, que correspondem aos nossos cartórios, familiares na economia que o senhor Hee moldou o exemplar sistema educacional coreano e sua pujante economia. Para um provável candidato do Centro à Presidência da Republica do Brasil, como foi incensado pelos entrevistadores, deixar de abordar esses aspectos foi uma lacuna no programa imperdoável.
O Luciano Huck que se cuide. O Fraga tem mais experiência, musculatura, dinheiro e ao que parece, disposição.