por Elda Priami
Depois de ter deixado sua marca em muitos muros do Rio, como grafiteiro, no começo de sua carreira, Antonio Bokel brilha na arte contemporânea alternativa.
Sem nenhum vínculo com tendências, ele transita também no circuito convencional com mostras em galerias, feiras de arte e, no momento, apresenta no Espaço Cultural Correios, em Niterói, a exposição ‘Paraíso perdido’, com 30 obras.
As mais recentes trazem uma atmosfera naïf, que faz um contraponto com as formas gráficas mais destemidas e coloridas, comuns em seu trabalho. Agora, a vez é dos traços orgânicos misturados com os geométricos de maneira intuitiva e mais sutil.
Antonio Bokel conquistou um estilo próprio, versátil, e se destaca pelo uso de diversas técnicas em pinturas, esculturas – quase sempre visando o corpo humano -, desenhos, colagens, fotografias, vídeos e instalações. Voz baixa e pausada, com muitas tatuagens e jeito dressy-sport, ele esbanja atitude sem pose artificial.
Sempre questionou a relação homem, natureza, tecnologia. Desde o ano passado fica mais tempo no sítio que tem na região serrana do Rio. “Acredito que o resgate de uma dinâmica cotidiana simplificada e afetiva é uma via de saída”, reflete. Quando está no Rio também fica cercado pela natureza no seu ateliê Casa Voa, um coletivo com novos artistas, no alto da Gávea.
O conflito entre Deus e Satã narrado em “Paraíso Perdido”, épico do poeta inglês John Milton (1608-1674), inspirou a exposição que tem curadoria de Ana Carolina Ralston.
Paraíso perdido
Antonio Bokel
Espaço Cultural Correios Niterói
Av. Visconde do Rio Branco, 481 – Centro
Tel.: 21-2503-8550

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antonio bokel (foto carolina kasting)