por Paulo Roberto Direito
No tumulto do presente momento brasileiro não há tempo para lamentações. O que está por fazer é uma nova obra política de tamanho vulto que a todos envolve no exercício da melhor vocação para reconstruir rapidamente o novo amanhecer da democracia e da forma de fazer política decente no Brasil.
Nunca é demais repetir a velha lição de que democracia não significa licença para baderna e ameaça à ordem pública. Vale lembrar que as manifestações não podem descambar para a violência que atinge o patrimônio público e privado, colocando em risco a estabilidade das instituições democráticas. Uma coisa é a reivindicação de direitos feita pacífica e ordeiramente. Outra, muito diferente, é a arruaça desordenada, revelando a presença de grupos interessados em explorar o desespero de parcelas substanciais da nossa sociedade. O tempo é de construção. As mágoas, os ressentimentos estão fora de moda. O momento é de equilíbrio e de ações concretas com políticas capazes de reduzir as grandes distorções existentes em nosso país. Dessa forma, é dever dos governantes, assumirem uma postura de estadistas preocupados com uma visão de longo prazo.
A conciliação deve ser a meta de nossas principais lideranças políticas. Nesse sentido, somente com o entendimento e o diálogo, estaremos dando a contribuição para que o país volte a encontrar o rumo em busca do porto seguro, e permita a adoção de políticas públicas permanentes para solução dos problemas, e não a repetição de políticas do velho coronelismo do século passado.
Todo mundo sabe que a economia brasileira vai de mal a pior. Apresenta pífios indicadores econômicos, de geração de riqueza e uma inflação represada artificialmente. O balanço de transações correntes num processo de deterioração flagrante e preocupante. Dólar em disparada. Educação, habitação, transporte, infraestrutura e saúde pública em colapso. Descrença geral ao quadro político atual diante de tantos escândalos de corrupção, proporcionados pelo governo do PT. O cansaço toma conta, criando uma situação de descrença em toda a sociedade, afastando cada vez mais os investidores estrangeiros. Alianças com países que adotam políticas que não condizem com o espírito democrático e a tradição política do Brasil, agravam mais ainda a nossa credibilidade junto a comunidade internacional. Enfim, a falta de perspectiva é angustiante. A recessão expõe o desemprego, que exalta os ânimos e aguça a luta pela sobrevivência.
Este quadro desanimador, que está na cabeça das pessoas lúcidas do país, pede mudanças já, e não pode ser enfrentado ao sabor das extremas ideológicas e o culto a personalidade.
É hora de fazer a democracia funcionar por seus mecanismos formais e institucionais. Manipular as massas com interesses imediatos e mesquinhos, é desconhecer a razão de ser do arsenal que a democracia dispõe para superar momentos gravíssimos como estamos presenciando neste momento. Tal recurso supõe um autoritarismo inaceitável que trabalha para destruir as reais possibilidades de uma participação social eficaz e madura.
Devemos ter em mente, que o processo do desenvolvimento político só terá eficácia, se trouxer benefícios substantivos à maioria da população que se encontra nos extratos de baixa renda, mas que abra horizontes para um novo tempo de esperança, e não manipulado com programas populistas, retrógrados e somente com fins eleitoreiros. Só com essa consciência, superando as vaidades pessoais, é que nossos agentes políticos poderão contribuir para que o Brasil tenha um futuro melhor.
É, assim, para a mudança que devemos caminhar conscientes de nosso dever moral.
Acorda Brasil !
Paulo Roberto Direito – Empresário cultural e Membro do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ