por Anna Ramalho
Lembro ainda hoje quando mamãe chegava do trabalho – a mana e eu ainda pequenas – e ela vinha com um pacote da Kopenhagen que embalava cenouras, coelhos, maçãs e tantas outras coisas deliciosas em marzipã. Ainda sinto o gosto das amêndoas misturadas ao açúcar, à clara de ovo e à inevitável anilina que coloria os docinhos. Leio agora que era uma receita de sua fundadora, Anna Kopenhagen, que aqui desembarcou com o marido David, no pós-guerra, vindos da Letônia.
A Kopenhagen foi fundada em 1928, verifico no Google – aos 92 anos, a empresa que adoçou a vida dos brasileiros agora amarga noticiário de página policial, graças aos feitos pouco edificantes do 01 da República. O rapaz, senador da República, diz que aqueles muitos dinheiros em espécie que pululam em sua vida vêm de sua receita na loja de chocolates. A mesma na qual ele adultera preços, lava dinheiro e tem um sócio que ameaça o ex-proprietário. Anna e David devem estar dando pulos na sepultura. Saíram da Letônia, deram início a um império, criaram uma marca de respeito pra tudo acabar nas tenebrosas transações de uma turma esquisita.
Mas todos, claro, juram pela Bíblia, levantam as mãos para o céu, invocam o senhor jurando inocência.
Mais do mesmo. O governo atual está repetindo todos os erros do passado – tudo o que Jair jurou combater. Os negócios são “inhos” mesmo, afinal era um deputadinho, que botou na vida pública politicozinhos. De grande, ali, só os muques malhados nas academias de musculação e as armas que portam para aquele tiro ao alvo básico. O resto é rachadinha. E ão ou inho é tudo roubo descarado.
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A Covid 19 já apresenta a macabra conta de 105 mil mortos e Jair corre o Nordeste distribuindo benesses, esvaziando os cofres do país, desrespeitando seu ministro da Economia, uma caranavana rolidei que custa muito caro aos brasileiros. O homem que em 2 anos não fez praticamente nada ( a reforma da Previdência já estava pronta, ele só assinou) quer se reeleger. Só pensa nisso e na cloroquina. Fico me perguntando se ele calcula a quantidade de eleitores que está perdendo para a doença.
Não deve calcular. Às vezes duvido que ele pense alguma coisa que não seja em benefício próprio ou de sua prole e ex-mulheres.
Ando também impressionada com o silêncio de Olavo de Carvalho. Faz tempo que ele deu aquele chilique por causa das dívidas acumuladas e interpelou diretamente o presidente, sentindo-se abandonado.

Os maravilhosos e deliciosos chocolates Kopenhagen caíram nas bocas de matildes
Será que o Olavão ganhou de cala-boca uma caixa de Língua de Gato da Kopenhagen?
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Marcello Crivella é caso de hospício, né, não?

A beleza da Praia de Copacabana e demais praias do Rio ameaçadas pelo Crivella
Fico imaginando a chegada de uma família padrão nas areias de Copacabana: pai, mãe, duas criancinhas buliçosas e uma amiga do casal. A mãe deu uma engordada, a bunda sobra no escasso biquíni, mas assim mesmo ela se abaixa para delimitar com a faixa que trouxe de casa o seu quinhão. A fita não quer grudar, o marido se estressa porque tem marmanjo de olho não na mulher dele, que tá fora de forma, mas na amiga, que leva um tapa no bumbum do dito marmanjo. Uma criança se perde e a outra começa a chorar. A dona do quadrado ao lado, sozinha na área, tem um ataque porque tomou um banho de areia. Aí chega o fortão que jogava altinho para tomar as dores da solitária banhista, que também exibe suas formas calipígias. Dá-se o bafafá e uma das crianças se perde. O fortão ameaça pegar a arma. Todo mundo grita e corre.
A turma do deixa-disso entra em ação.
Não há à vista um Guarda Municipal. Nunca há.
Ninguém aguenta mais. #foracrivella.