por Lu Catoira
Mulher balzaquiana (detesto esse definição) é que está acima dos 30. Idade da Loba é aos 40 e foi o título do livro da amiga jornalista Regina Lemos. A partir dos 50 a mulher era considerada uma ‘senhora’ com restrições no vestir e no modo de se portar. E nos últimos tempos, a partir de 60 anos, chega a fase da Terceira Idade! Podem ser mais preconceituosas essas segmentações que mais parecem definições de comportamentos emocionais?
E a moda para essa “melhor idade”? Nostálgica? Será que essa palavra é a ideal para significar o que na psicologia reflete como ‘evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes e que não experimentam mais?’
Em 2009, foi realizada, pelo IBGE, uma Pesquisa sobre o Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade – faixa que representa 20% da população economicamente ativa – que comprovou que 54% dos idosos admitiram experimentar novas marcas.
O blog Advanced Style do nova-iorquino Ari Seth Cohen, que, desde 2008 posta imagens do streetstyle das americanas, mostra que algumas têm elegância discreta, outras apostam no novo luxo e muitas extrapolam numa liberdade exótica e excêntrica! Aliás, nada como a cidade de Nova York para estimular a liberdade de estilos!
E aqui, no Brasil? As pessoas da mais de 60 anos estão livres para escolher seu estilo? Elas têm uma formação e um nível cultural melhor quando comparado às gerações anteriores. O rótulo ‘terceira idade’ lhes dá privilégios como descontos em casas de espetáculos e transportes públicos, lugares reservados em instituições e algumas empresas de serviço. Mas esse rótulo não denota que as pessoas são velhas?
Mas velha era a sua avó!
Hoje são consumidoras especiais, com maior exigência por qualidade, que procuram manter-se ativas, informadas, preocupadas com sua saúde e beleza – nas quais, muitas vezes o tempo deixou marcas – e procuram valorizar sua imagem através das roupas.
Uma cuidadosa produção de moda e de beleza ajuda a compor essa imagem e levantar a autoestima. O cuidado é não entrar nas “ondas” das mídias e se vestir como uma ‘periguete’, ou mesmo abusar de procedimentos estéticos. O conselho é: não se contamine por essas imagens. Procure seu estilo e respeite as proporções. As conquistas são traduzidas no emocional de cada um.
Nos anos 60, o jovem foi o foco do consumo. Hoje é o público da Terceira Idade. Para quem gosta de novidades, a moda acaba sendo uma fonte de experimentações e de amadurecimento de estilos. E ir às compras é atividade de lazer.
Nada de uma moda clássica/careta. As tendências são incorporadas em cada segmento e existe um nicho no mundo fashion que está se especializando na moda que pode ser consumida pelo segmento Terceira Idade, com uma elegância sem exageros com peças com recortes inusitados, modelagens elaboradas com harmonia de cores e estampas.
Audrey Hepburn
Para mim, um verdadeiro ícone de estilo, elegância, equilíbrio, simplicidade e beleza foi Audrey Hepburn que fascinava no cinema e foi uma fonte de inspiração na moda e na vida.
Mara Mac
Mary Zaide
Rudge
Lu Catoira é jornalista, professora e consultora de moda. Colaboradora da revista WF-Varejo, coordena o curso de Pós-Gradução à distância em Design de Moda da Faculdade Senai Cetiqt e ministra palestras e cursos na área de moda e comportamento.